Esteio sedia nesta quinta-feira (24) a 1ª Reunião de Trabalho das Frentes Parlamentares do Rio Grande do Sul sobre a Psoríase. O evento acontece às 19hs na Câmara Municipal de Esteio.
Desde 2018 a Associação Nacional de Pacientes, Psoríase Brasil, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Esteio e a vereadora Fernanda Fernandes, tem realizado dois trabalhos modelo: capacitação aos agentes públicos de saúde para melhor entendimento sobre a doença e uma pesquisa, com metodologia da Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolvida pela consultora da Psoríase Brasil, Maria João Nazareth. Ambas as experiências têm o município gaúcho como cidade piloto e devem ser replicadas, posteriormente, em demais cidades brasileiras.
Os trabalhos serão abordados no primeiro encontro que reunirá representantes das Frentes Parlamentares de Esteio, Porto Alegre e a mais nova Frente Estadual, implantada em 2 de outubro na Assembleia Legislativa do RS.
A presidente da Frente de Esteio,Fernanda Fernandes, receberá os presidentes da Frente de Porto Alegre, vereador José Freitas, e da Frente Estadual, deputada Fran Somensi.
A presidente da Psoríase Brasil, Gládis Lima, comentará as experiências e falará sobre o trabalho da ONG na busca de políticas públicas aos pacientes com psoríase. Também participam médicos e representantes do Conselho Regional de Medicina (CREMERS) e da Sociedade Brasileira de Dermatologia/RS (SBD/RS).
Novos tratamentos no SUS
No mês de conscientização da psoríase, este ano, pacientes do Brasil têm algo à comemorar. Depois de dez anos em que a Sociedade Brasileira de Dermatologia e a Associação Nacional de Pacientes com Psoríase, Psoríase Brasil, lutaram pela atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas, em setembro foi aprovada a inclusão das terapias biológicas àqueles pacientes com psoríase moderada à grave cujos tratamentos convencionais não trazem resultados.
A aprovação do novo tratamento com medicamentos biológicos (adalimumabe, secuquinumabe, ustequinumabe e etanercepte) foi publicada em 06 de setembro de 2019, que regulará a rede conveniada do Sistema Único de Saúde (SUS).
As terapias biológicas são fármacos produzidos a partir de organismos vivos que, ao serem utilizados, miram diretamente nas moléculas inflamatórias que disparam a enfermidade.
Conforme lembra o médico Leandro Leite, redator do PCDT da Psoríase junto ao Ministério da Saúde, as pessoas têm que ter consciência que ela é uma doença negligenciada, que causa grande sofrimento e pode levar à morte.
“A psoríase não é uma doença só da pele, ela é sistêmica, inflamatória, autoimune e crônica. A defesa atinge o próprio indivíduo, além de se manifestar na pele, ela atinge as articulações e traz outras comorbidades, a ponto de ser incapacitante e mortal. O paciente com psoríase grave tem expectativa de vida menor do que a população em geral, ele morre antes”, destaca o especialista.
A aprovação das novas terapias representa um avanço à vida destas pessoas. “O impacto na qualidade de vida é gigantesco, a psoríase é equivalente ao câncer e as cardiopatias. Quando a psoríase é tratada adequadamente pode haver uma mudança na vida do paciente”, explica o dermatologista.
Embora aprovada, a oferta dos medicamentos depende da disponibilidade dos mesmos pelo SUS e pelos planos privados de saúde.
Entenda o que é psoríase
A psoríase é uma doença crônica, autoimune que atinge cerca de 125 milhões de pessoas, sendo estimada a sua incidência entre 2% a 3% da população mundial.
Ela é doença inflamatória crônica da pele, sistêmica, de base genética e não contagiosa. A psoríase caracteriza-se por placas avermelhadas espessas na pele, cobertas por escamas esbranquiçadas ou prateadas geralmente aparece nos joelhos, cotovelos, unhas, mãos, pés e couro cabeludo, podendo atingir todo o corpo.
A manifestação ocorre com mais incidência em adultos com idade entre 20 e 40 anos, mas também pode se manifestar em outras faixas-etárias.
A psoríase não é apenas uma doença de pele, a ela estão associadas outras enfermidades. Pessoas com psoríase têm mais chance de desenvolver artrite psoriásica, causando mutilações e desfiguração. Diabetes, Doença de Crohn, doenças cardiovasculares, obesidade e depressão são comumente diagnosticadas nos pacientes.
De acordo com Relatório Global da OMS sobre Psoríase (2014) a doença é um problema de saúde pública que deve ser combatido com políticas públicas que visem o diagnóstico e o tratamento correto.