Cotidiano

EPTC usa agentes à paisana para apreender carros da Uber em Porto Alegre

Uma prática adotada pela EPTC (Empresa Pública de Transportes e Circulação) para apreender carros da Uber em Porto Alegre está gerando polêmica. A empresa de trânsito da Prefeitura da Capital está utilizando agentes à paisana para flagrar os motoristas que atuam no transporte privado através do aplicativo.

No início da tarde da última sexta-feira (16), na avenida Guilherme Shell, em frente à ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), no bairro Santo Antônio, cinco veículos foram apreendidos. De acordo com um segurança da ESPM, em depoimento à Rádio Gaúcha, homens com óculos escuros estavam fotografando carros na região da faculdade. O vigilante suspeitou da ação e abordou os agentes, que confirmaram ser da EPTC e estar em busca dos motoristas da Uber que atuavam na região.

Pouco depois, agentes de trânsito identificados bloquearam a via e iniciaram uma fiscalização. Cinco carros foram apreendidos e ficarão apreendidos por 30 dias, enquanto tramita um processo administrativo na EPTC. Os condutores foram multados em cerca de R$ 7 mil, além de terem que pagar as despesas de guincho e depósito. Em caso de reincidência, o valor da multa é dobrado. A Uber arca com todas as despesas.

Um empresário, que estava com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) cassada, acabou fugindo após, segundo ele, ser confundido com um motorista da Uber. Para a Rádio Gaúcha, o homem disse que deixou o local para registrar uma ocorrência na Delegacia de Trânsito, no Palácio da Polícia. Ele teria sido confundido com um parceiro da Uber, agredido verbalmente e ainda levado um soco no rosto de um dos agentes da EPTC.

A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Trânsito, irá abrir uma investigação para apurar um possível caso de abuso de autoridade. Os agentes da EPTC também registraram ocorrência, alegando que o condutor estava dirigindo com a CNH cassada. Eles negaram as supostas agressões.

A EPTC informou que as fiscalizações com agentes à paisana são procedimentos normais. Já as gravações ocorrem para que sirvam como provas durante a tramitação do processo administrativo. Entretanto, a EPTC negou que peça carros da Uber pelo aplicativo. Segundo a empresa, apenas carros flagrados em atuação, nas ruas, são apreendidos.