Enactus Ufrgs desenvolve empreendedores sociais

Cada vez mais a responsabilidade ambiental e social vem pautando a economia. Seja pelas consequências do aquecimento global ou pela finitude dos recursos naturais, uma nova concepção da atuação humana nos negócios vem se formando por meio de jovens líderes que relacionam seus trabalhos com um cuidado maior com o meio ambiente e as pessoas.

Essa corrente de “novos” empreendedores pode ser  visualizada em muitos setores. Na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), por exemplo, 34 estudantes participam, em Porto Alegre, da organização internacional denominada Enactus (do inglês Entrepreneurial Action Through Us).

O objetivo é inspirar alunos a usar ação empreendedora para transformar vidas e construir um mundo melhor e mais sustentável. A equipe do Enactus da UFRGS vem realizando atividades abertas à comunidade, divulgadas principalmente pelas redes sociais. Apesar do reconhecimento pela instituição, o grupo ainda não possui instalação física dentro da Universidade. Mesmo com a dificuldade, as ações são bem organizadas – com direito a coffee break – e tem boa adesão da comunidade.

Na mais recente palestra “Compostagem e Destinação de Resíduos Eletrônicos”, por exemplo, vinte interessados compareceram em plena segunda-feira (16), das 19h às 21h. Geralmente é cobrado um valor, mas simbólico – revertido para o desenvolvimento do projeto. Nesta atividade o investimento foi de 5 reais.

Estrutura

O Enactus da UFRGS está estruturado em cargos como diretoria de gestão, RH, financeiro e marketing. As equipes se dividem por áreas de interesse. “Dentro de cada grupo tem um líder que é responsável pela gestão de cada área e realização das tarefas”, conta Samantha Insaurrauld, aluna do 5° semestre, da faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Ela destaca o engajamento: “as pessoas se responsabilizam, quase nunca o líder precisa delegar alguém para realizar algo, todos se voluntariam”.

A palestra relacionada à compostagem e correto descarte de eletrônicos, citada acima, foi organizada por Camilla Siqueira, aluna do 8º semestre de Direito noturno; Camila Severo Farias, aluna do 1° semestre curso de Licenciatura em Pedagogia; Felipe Adonai Pires Soares, do 9º semestre de Enfermagem; Ingrid Garcia Ferreira, aluna do 6° semestre do curso de Farmácia; além de Samantha.

Leonardo Quintela, do Projeto Raiz, e José Luiz da Silva, da Cooperativa Paulo Freire, apontaram como os dois processos: de compostagem – transformação de matéria orgânica encontrada no lixo em adubo orgânico – e de separação de resíduos secos afetam diretamente a saúde das pessoas e economia.

O tema, que pode parece lugar comum, visto que muitos conhecem as principais consequências, como contaminação de lençol freático, degradação de mata nativa, há fatores mais sutis, mas não menos preocupantes.