Emmerson Mnangagwa tomou posse hoje (26) como novo presidente do Zimbábue, após conseguir a maioria necessária no primeiro turno, em cerimônia realizada menos de 48 horas depois que o Tribunal Constitucional rejeitou um recurso da oposição que alegava fraude no pleito.
“Eu, Emmerson Dambudzo Mnangagwa, juro que como presidente do Zimbábue serei fiel ao Zimbábue e obedecerei, apoiarei e defenderei a Constituição e todas as leis do Zimbábue”, disse o presidente em seu juramento durante a cerimônia de posse realizada no estádio nacional da capital, Harare, à qual compareceram vários chefes de Estado africanos e milhares de pessoas.
Assim, Mnangagwa assume o poder como o primeiro presidente eleito após quase 40 anos de regime do ex-presidente Robert Mugabe, que governou o país desde a independência em 1980 até novembro do ano passado, após ser derrubado em um golpe de Estado.
Nas eleições de 30 de julho, Mnangagwa obteve 50,6% dos votos, contra 44,3% do líder do opositor Movimento pela Mudança Democrática (MDC, na sigla em inglês), Nelson Chamisa, em resultados que foram validados na sexta-feira pelo Tribunal Constitucional, que rejeitou o recurso por fraude eleitoral apresentado pela oposição.
O encarregado de tomar seu juramento de posse foi justamente o juiz Luke Malaba, o mesmo que leu na sexta-feira o veredito do Tribunal Constitucional.
À cerimônia compareceram o presidente da República Democrática do Congo, Joseph Kabila; da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e de Ruanda, Paul Kagame, entre outros, e, para surpresa geral dos zimbabuanos, também esteve na cerimônia Bona Mugabe, a filha mais velha do ex-presidente.
A oposição, por sua vez, não mandou nenhum representante e alegou hoje que não recebeu um convite para o evento.
Chamisa anunciou ontem que não compareceria à cerimônia. “Não posso ser convidado para um casamento onde sou eu quem deveria receber os presentes”, em alusão à sua crença de que é o legítimo vencedor das urnas.
As eleições de julho foram as primeiras sem Robert Mugabe, que comandou o país com mão de ferro durante quase quatro décadas até ser forçado a renunciar por um levante militar em novembro do ano passado.
Mnangagwa assumiu a presidência como seu substituto, e as eleições serviram para legitimar seu poder tanto no cenário nacional quanto internacionalmente.