Da Agência ANSA
Cerca de 400 mil pessoas participaram em Buenos Aires, mesmo debaixo de forte chuva, de uma passeata que pedia o esclarecimento da morte do promotor Alberto Nisman, que completou um mês na última quarta-feira, dia 18.
O magistrado foi encontrado morto em circunstâncias ainda não esclarecidas poucos dias após acusar da presidente Cristina Kirchner de acobertar suspeitos iranianos do atentado na Associação Mutual Israelita da Argentina (Amia), que deixou 85 vítimas fatais e 300 feridos em 1994.
A marcha, batizada de “Passeata do Silêncio” ou “#18F”, partiu do Congresso Nacional e seguiu até a Praça de Maio, como em manifestações anteriores contra o governo kirchnerista. Um grupo de promotores realizou um minuto de silêncio simbólico em frente à sede do governo argentino, também nas proximidades do escritório que era ocupado por Nisman.
O sub-diretor da Polícia Metropolitana de Buenos Aires, Ricardo Pedace, destacou que “não foi registrado nenhum incidente” durante a gigantesca concentração e que a passeata foi realizada “com absoluta normalidade”.
Por volta das 20h (21h no horário de Brasília), gritos de “Justiça” e “Argentina” eram os únicos sons que furavam o silêncio no centro da capital. A mãe de Nisman, Sara Garfunkel, e sua tia Lidia seguiram na frente da manifestação, junto a ex-esposa do promotor Sandra Arroyo Salgado e suas duas filhas.
Os principais pré-candidatos presidenciais, Sergio Massa, do peronismo opositor a Cristina, Mauricio Macri, prefeito de Buenos Aires, os radicais Ernesto Sanz e Julio Cobos, assim como o socialista Hermes Binner, estiveram presentes no ato.