A Federação Internacional de Tiro com Arco decidiu inovar. E para movimentar os atletas, mesmo durante a pandemia da covid-19, que praticamente paralisou as disputas esportivas em todo mundo, vai reunir, a partir desta sexta-feira (5), oito dos principais atletas do mundo do Tiro com Arco Recurvo para a disputa do Lockdown Knockout. A disputa virtual será realizada remotamente com transmissão simultânea de cada arqueiro.
O arqueiro Bernardo Oliveira, da seleção brasileira, está no grupo. “Não vejo a hora de competir novamente, mesmo que à distância, com tanta gente boa. O ano passado foi um dos melhores da minha carreira. Fiquei em quarto lugar nos Jogos Mundiais Militares e no Pan-Americano”, destacou o brasiliense que esteve também nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A partir das 10h do domingo, o atirador fará a transmissão ao vivo da qualificatória através do canal “No Alvo” do Youtube.
Além de Bernardo, que é bicampeão brasileiro e campeão sul-americano, vão estar na disputa os americanos Brady Ellison (campeão mundial de arco e flecha) e Casey Kaufhold (dona de três medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019); o canadense Crispin Duenas (campeão dos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019); os holandeses Steve Wijler (campeão europeu) e Gaby Bayardo (bronze nos Jogos Europeus); a mexicana Aida Roman (prata em Londres 2012); e a turca Yasemin Anagoz (campeã europeia).
Nessa primeira etapa, os arqueiros entram em ação com o disparo de 60 flechas à distância de 18 metros. Homens e mulheres serão divididos em duas chaves, e a final terá um duelo inusitado entre gêneros. A qualificatória, que termina segunda-feira (8), servirá para definir o chaveamento dos enfrentamentos eliminatórios, que serão transmitidos ao vivo no canal da Federação Internacional no Youtube. As quartas-de-final serão entre os dias 13 e 16 de junho; as semifinais, nos dias 18 e 19; e a decisão, no dia 21 (com as partidas começando sempre ao meio-dia, horário de Brasília). O campeão receberá mil francos suíços (cerca de R$ 5.300,00).
Com todos os clubes fechados pela pandemia de covid-19, o brasileiro está treinando na chácara do pai dele na capital federal. “Assim que o meu pai se mudou para lá, nós começamos a preparar um espaço para eu treinar ocasionalmente. Com o isolamento social, finalizamos o que faltava para que eu pudesse atirar todos os dias. E vai ser daqui mesmo também que participarei do Torneio. Temos toda a estrutura necessária e estou animado para fazer o meu melhor”, disse.
Somente arqueiros que podem atirar em ambientes socialmente distantes e, de acordo com as diretrizes locais de saúde, participam deste novo molde de torneio. O tiro com arco recurvo é conhecido também como arco olímpico, já que é o único que faz parte do programa dos Jogos. “É um arco parecido com os tradicionais que vemos nos filmes. Mas com a diferença de ter alguns equipamentos mais modernos que auxiliam na precisão dos disparos. A diferença do recurvo para o composto é que ele é mais longo, um pouco mais simples e tem apenas uma corda” finaliza Bernardo.