Cotidiano

Eduardo Cunha e outros políticos devem ser novos alvos da Lava Jato

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, além de outros políticos do PMDB e do PT devem ser os próximos alvos de denúncias da Operação Lava Jato. A expectativa surgiu diante de novas investigações da Polícia Federal e a PGR (Procuradoria Geral da República), baseadas em novas informações, obtidas dessa vez por meio da delação do executivo Júlio Camargo.
Ontem, diligências realizadas culminaram com a apreensão de documentos nas residências e em empresas ligadas aos senadores Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Collor (PTB-AL) – que também teve bens apreendidos; além dos deputados Eduardo da Fonte (PP-PE) e Mario Negromento (PP-BA).
Com o PMDB entrando na mira da PF, este cenário estaria sendo visto com ainda mais apreensão pelo governo. De um lado, alguns membros do núcleo da presidente Dilma Rousseff enxergam que a exposição de Cunha e Renan em novas denúncias pode enfraquecer o cenário de uma possível tentativa de impeachment, que nunca sai completamente da pauta do Congresso.
Por outro lado, a possível denúncia do presidente da Câmara pode gerar ainda mais retaliações do Congresso. Na visão de Cunha e do presidente do Senado, Renan Calheiros, o governo não tem se esforçado para evitar inquéritos direcionados a eles. Diante dessa possibilidade, Cunha, tende a se colocar ainda mais na oposição ao governo e já articula algumas medidas indesejadas pelo Palácio do Planalto.
A instalação de CPIs do BNDES e dos fundos de pensão podem ser as primeiras retaliações, logo após o retorno do recesso parlamentar. A convocação dos ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e de Comunicação Social, Edinho Silva – dois dos mais próximos da presidente Dilma – para depor na CPI da Petrobras também é uma possibilidade para Cunha. Os dois ministros foram citados pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC.
O presidente da Câmara deve ainda, iniciar a apreciação de contas presidenciais de anos anteriores, já visando abrir o caminho para a análise, na Casa, das contas de 2014 de Dilma Rousseff que devem ser rejeitadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União).
Eduardo Cunha e Renan Calheiros já foram citados nas investigações da Lava-Jato. O primeiro já foi apontado pelo doleito Alberto Youssef como um dos destinatários finais de propinas do esquema de corrupção da Petrobras. Já Renan, foi apontado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, também como destinatário de propinas.