A 18ª Primavera Literária, encontro anual de fomento à cultura e à literatura, foi aberta hoje, nos jardins do Museu da República, no bairro do Catete, zona sul da cidade. Promovido pela Liga Brasileira de Editoras (Libre), o evento oferecem até domingo (21), mais de 100 atividades culturais com entrada franca, de interesse para todas as faixas etárias, no período de 10h às 20h.
Segundo a presidente da Libre, Raquel Menezes, a Primavera Literária materializa o compromisso da entidade com a bibliodiversidade. “A gente define isso colocando todos os estandes do mesmo tamanho, porque o astro principal é o livro”.
Ela disse que o poder do marketing das grandes editoras não tem vez no evento, cujos organizadores afirmam que o leitor é atraído pelo livro. “Ou seja, a gente trabalha para defender a bibliodiversidade. Dá o mesmo espaço para todo mundo, e é o poder de persuasão do catálogo de cada editora que vai fazer que os livros performem bem ou não.”
Raquel definiu a Primavera Literária como uma experiência para o leitor. “O projeto é desenhado de forma que o leitor que já goste de livro vá lá, identifique seu autor favorito, aproveite o espaço, deite na grama para ler. São mais de 100 atividades na programação. E que também aquela pessoa que não gosta de ler aprenda a ser leitora no nosso evento, porque queremos formar leitores, que é uma coisa importantíssima para mudar o país.”
Durante os quatro dias do evento, são esperados 25 mil visitantes, contra a média de 8 mil pessoas, registrada em cada edição. Raquel atribuiu a expectativa elevada à volta do evento ao Museu da República, que abrigou 10 edições da Primavera Literária, até 2016. Ela ressaltou que é um local que o público sempre gostou de frequentar e lembrou as mais de 100 atividades oferecidas, como saraus, debates, contação de histórias, música e oficinas.
“É a maior feira de editoras independentes do Rio de Janeiro”, resumiu.
Espaços de convivência
O evento tem seis espaços de convivência. Na tenda central, denominada Faça Amor, não Faça Guerra, serão realizados os principais painéis da programação, nos quais o público a oportunidade de conhecer escritores, ilustradores, editores, empreendedores e pesquisadores brasileiros e internacionais.
Um dos destaques é a escritora negra Conceição Evaristo, que disputou recentemente uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. Estarão em discussão temas como Mulheres no Poder, Mulheres Negras na Literatura, Mulheres do Funk, 1968: 50 Anos Depois, Ativismo Jovem, Tabu na Literatura e Publique Sexo.
Enquanto o Espaço Educativo tem foco na transmissão do conhecimento, outra área é ocupada pelos cineclubes Cine&Manas, MultiRio e Subúrbio em Transe, com exibição de filmes e debates. No sábado, no coreto, haverá apresentação, às 18h, do bloco de carnaval Cartola é do Catete, em comemoração aos 110 anos de nascimento do compositor, que nasceu perto do Palácio do Catete.
O Dia do Editor enfatiza assuntos do mercado livreiro e o Espaço Primavera Convida, que estreia este ano, tem foco em mesas de debates programadas por diversas instituições.
Para as crianças, há contação de histórias, oficinas e apresentação de livros infantis, entre outras atividades.