Segundo Doria, o dinheiro será utilizado também para a aquisição de equipamentos, remédios e suplementos, que vão servir para o tratamento de Covid-19.
O secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann, lembrou que não há um medicamento específico para o coronavírus, mas que parte do dinheiro já liberado pelo governo federal será destinado para a compra de medicamentos que dão suporte ao tratamento.
“Iremos transformar leitos comuns em leitos de UTI, mas queremos ter 1.400 leitos novos para o tratamento do coronavírus e para os equipamentos para isso. Decidimos que precisamos de um valor para isso, R$ 225 milhões, e o desembolso começa hoje com a liberação de R$ 92 milhões”, disse Germann.
O governador voltou a falar hoje que não há motivo para pânico no estado e que não vê, ainda, a necessidade de suspensão de aulas e cancelamento de eventos em São Paulo.
“Não podemos evidentemente proibir que instituições independentes, públicas ou privadas, tomem suas próprias decisões. Mas temos deixado claro que, nesse momento, não há necessidade de fechamento de escolas, cancelamento de eventos, de situações drásticas como essa. Há necessidade de cuidados, majoritariamente das pessoas mais idosas, com mais idade. Essas pessoas devem evitar eventos ou situações onde haja mais de 10 pessoas. Se houver necessidade de mudança, nós anunciaremos oportunamente. Não podemos estabelecer um pânico generalizado sem necessidade. Lamento que algumas empresas privadas tenham tomado essas decisões baseadas apenas na pressão de seus funcionários, sem ouvir especialistas ou infectologistas”, afirmou Doria.
Medidas econômicas
Como tentativa de barrar o impacto econômico do coronavírus na economia do estado, o governador de São Paulo anunciou hoje (13) que vai liberar R$ 225 milhões para programas de incentivo ao empreendedorismo. A maior parte disso, R$ 200 milhões, virá da Desenvolve SP, agente financeiro do governo estadual, e será destinado a crédito com condições especiais de financiamento para as empresas paulistas.
Segundo o governo, a Desenvolve SP reduziu a taxa de juros da linha de capital de giro de 1,43% para 1,20% e ampliou o prazo de financiamento de 36 para 42 meses, com carência de nove meses. Também houve aumento no crédito para projetos de investimento, que passou de 24 para 36 meses, com prazo de pagamento de até 120 meses e taxa de juros iniciada em 0,25% ao mês, acrescida da taxa Selic.
Os financiamentos de capital de giro estão disponíveis para empresas paulistas com faturamento anual entre R$ 81 mil e R$ 90 milhões. Já os projetos de investimento são destinados a empresas com faturamento de R$ 81 mil até R$ 300 milhões ao ano.
Os outros R$ 25 milhões serão oferecidos em financiamentos do Banco do Povo, instituição financeira do governo paulista voltada para micro e pequenos empreendedores. A linha de crédito do Banco do Povo terá redução em sua taxa de juros, que passou de 1% para 0,35% ao mês. O prazo de pagamento subiu de 24 para 36 meses.
“O atendimento vai ser priorizado para os municípios que hoje têm casos do coronavírus e o atendimento na capital, que é hoje a cidade que mais concentra o número de casos”, explicou Patricia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico.