Em meio à extensão do isolamento social nos Estados Unidos até o fim de abril, o dólar voltou a aproximar-se de R$ 5,20. O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (30), vendido a R$ 5,182, com alta de R$ 0,076 (+1,48%). Esse é o segundo maior valor nominal da moeda norte-americana, só perdendo para o recorde de 18 de março, quando havia fechado em R$ 5,198.
A divisa operou em alta durante toda a sessão. No fim da manhã, o Banco Central (BC) vendeu US$ 625 milhões das reservas internacionais, mas a cotação não recuou. O dólar acumula alta de 29,14% em 2020.
No plano internacional, o mercado refletiu a prorrogação das medidas de restrições sanitárias nos Estados Unidos até o fim de abril. A indicação de que a maior economia do planeta continuará parada por mais tempo que o previsto aumenta a busca por dólares em todo o mundo, pressionando para cima a cotação.
No Brasil, o boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central com analistas de mercado, apontou que as instituições financeiras passaram a projetar queda para o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos em 2020). A estimativa passou de crescimento de 1,48% na semana passada para queda de 0,48% nesta semana.
Apesar da alta do dólar, o mercado de ações teve um dia de recuperação. O índice Ibovespa, da B3, a bolsa de valores brasileira, fechou esta segunda aos 74.639 pontos, com alta de 1,65%. A bolsa brasileira seguiu o mercado de ações norte-americano. Mesmo com a extensão da quarentena nos Estados Unidos, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, encerrou o dia com alta de 3,19%.
Petróleo
A intensificação da guerra de preços do petróleo entre Arábia Saudita e Rússia também contribuiu para abalar o mercado. Os dois países estão aumentando a produção de petróleo, o que provoca uma queda mundial nos preços.
A decisão derrubou o preço do barril do tipo Brent para US$ 22,70, no menor nível desde 2002. As ações da Petrobras, as mais negociadas na bolsa, no entanto, subiram, impulsionadas pelo clima de recuperação nas bolsas em todo o mundo. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) subiram 3,15% nesta segunda. Os papéis preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos) valorizaram-se 0,6%.