Em alta pelo quinto dia seguido, o dólar voltou a fechar no maior valor nominal desde a criação do real. Nesta sexta-feira (21), o dólar comercial encerrou a sessão vendido a R$ 4,393, com pequena alta de R$ 0,001 (+0,04%).
A divisa operou em alta durante toda a sessão. Pressionada por grandes compradores que queriam antecipar pagamentos para o exterior antes do feriado de carnaval, a cotação chegou a atingir R$ 4,404 na máxima do dia, por volta das 9h30 da manhã. A divisa continuou a operar acima de R$ 4,40 até o início da tarde, quando desacelerou e caiu para R$ 4,37.
No restante da tarde, o dólar oscilou até fechar próximo da estabilidade. Desde o começo do ano, o dólar acumula valorização de 9,47%. O euro comercial fechou o dia vendido a R$ 4,763, com alta de 0,48%.
O Banco Central (BC) não tomou novas medidas para segurar a cotação. Hoje, a autoridade monetária leiloou US$ 650 milhões para rolar (renovar) contratos de swap cambial – que equivalem à venda de dólares no mercado futuro – com vencimento em abril. O leilão faz parte da rolagem de US$ 13 bilhões de swap que venceriam daqui a dois meses.
No mercado de ações, a sessão foi novamente marcada pela turbulência. O índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), encerrou esta quinta-feira aos 113.681 pontos, com recuo de 0,79%. Esse foi o segundo dia seguido de recuo no indicador.
Nas últimas semanas, o mercado financeiro em todo o mundo tem atravessado turbulências em meio ao receio do impacto do coronavírus sobre a economia global. A interrupção da produção em diversas indústrias da China está afetando as cadeias internacionais de produção. Indústrias de diversos países, inclusive do Brasil, sofrem com a falta de matéria-prima para fabricarem e montarem produtos.
A desaceleração da China também pode fazer o país asiático consumir menos insumos, minérios e produtos agropecuários brasileiros. Uma eventual redução das exportações para o principal parceiro comercial do Brasil reduz a entrada de dólares, pressionando a cotação.
Entre os fatores domésticos que têm provocado a valorização do dólar, está a decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic – juros básicos – para 4,25% ao ano, o menor nível da história. Juros mais baixos desestimulam a entrada de capitais estrangeiros no Brasil, também puxando a cotação para cima.