Cotidiano

Dólar encosta em R$ 4,60 e volta a bater recorde em dia tenso

Num dia tenso no mercado financeiro, o dólar subiu e voltou a bater recorde nominal desde a criação do real. Nem a intervenção do Banco Central e as notícias vindas do exterior conseguiram segurar a cotação.

Em alta pela 11ª sessão seguida, o dólar comercial encerrou esta quarta-feira (4) vendido a R$ 4,58, com alta de R$ 0,07 (+1,55%). A divisa chegou a operar em queda nos primeiros minutos de negociação, mas disparou a partir das 10h30, até fechar próxima da máxima do dia.

Desde o começo do ano, o dólar acumula valorização de 14,15%. Hoje, o real tornou-se a moeda que mais se desvalorizou em todo o planeta em 2020. O euro comercial também bateu recorde nominal e fechou em R$ 5,105, com alta de 1,12%.

Depois de cinco dias, o Banco Central (BC) voltou a intervir no câmbio. A autoridade monetária leiloou US$ 1 bilhão em novos contratos de swap cambial. O BC também rolou (renovou) R$ 536,75 milhões de contratos de swap que venceriam em abril.

Além da divulgação de que o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos) cresceu 1,1% em 2019, o mercado foi influenciado pela queda repentina dos juros pelo Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, que pode interferir nos juros básicos brasileiros, forçando novas reduções da taxa Selic (juros básicos da economia).

Ontem (3) à noite, o Banco Central emitiu comunicado informando que comparará qual efeito prevalecerá sobre a inflação: a desaceleração da economia global provocada pelo coronavírus e a deterioração dos ativos financeiros (alta do dólar e queda da bolsa).

Contrariamente ao câmbio, o mercado de ações teve um dia de recuperação. Depois de um dia de queda, o índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), encerrou a quarta-feira aos 107.224 pontos, com alta de 1,6%. O índice refletiu o otimismo das bolsas norte-americanas, que subiram após a vitória do democrata Joe Biden na maioria dos estados que realizaram primárias ontem.