Cotidiano

Doentes mentais são acorrentados na Nigéria, diz a Human Rights Watch

A organização não governamental Human Rights Watch (HRW) denunciou hoje (11) que “milhares de pessoas com problemas de saúde mental em toda a Nigéria estão acorrentadas e enclausuradas em várias instalações onde sofrem abusos terríveis”.

“A detenção, o encarceramento e o tratamento violento são comuns em muitos contextos, incluindo hospitais estaduais, centros de reabilitação, centros tradicionais de cura e instalações religiosas cristãs e islâmicas”, afirmou a HRW em comunicado.

A especialista para a área de deficiência daquela organização não governamental (ONG) Emina Cerimovic defendeu que “as pessoas com problemas de saúde mental devem ser apoiadas e receber serviços efetivos nas suas comunidades, não acorrentadas e abusadas”.

O presidente nigeriano Muhammadu Buhari disse, em outubro, a propósito dos centros de reabilitação islâmicos, que “não toleraria a existência de câmaras de tortura e abusos físicos de reclusos em nome da reabilitação”, lembrou a ONG.

Contudo, frisou a HRW, “o governo ainda não reconheceu que esse abuso é também comum nas instalações geridas pelo Estado”.

Entre agosto de 2018 e setembro de 2019, a Human Rights Watch visitou 28 instalações “que oferecem (…) serviços de saúde mental em oito estados e no Território da Capital Federal, incluindo hospitais psiquiátricos federais, hospitais gerais do Estado, centros de reabilitação estatais, centros de reabilitação estatais, centros de reabilitação islâmicos, centros tradicionais de cura, e igrejas cristãs”.

A HRW entrevistou 124 pessoas, 49 que foram acorrentadas e as suas famílias, funcionários em várias instalações, profissionais de saúde mental e funcionários do governo.