Dilma pode ser responsabilizada por pedaladas, diz ministro do TCU

A pressão sobre Dilma Rousseff ganhou mais um ingrediente nesta semana que promete dar ainda mais fôlego a seus opositores, em especial àqueles que buscam dar legitimidade jurídica a um eventual pedido de impeachment da presidenta.
Responsável por velar pela acuidade das contas públicas, o TCU (Tribunal de Contas da União) anunciou que há indícios de que o Governo cometeu crime de responsabilidade fiscal ao “maquiar” as contas federais – pagando despesas com dinheiro de bancos públicos, por exemplo –, em uma estratégia conhecida como “pedalada”.
“Existem várias ilegalidades em relação às pedaladas”, disse neste sábado ministro do TCU Augusto Nardes, relator da análise das contas do Governo de 2014. Nardes é um dos convidados do 14 Fórum de Comandatuba, um evento anual que reúne políticos, empresários e celebridades na Ilha de Comandatuba, na Bahia, promovido pelo Grupo Lide.
Ao menos 17 autoridades estão convocadas a se explicar pelo tema no MPF (Ministério Público Federal, mas o Governo já age para tentar adiar os depoimentos. Para Nardes, que pretende finalizar seu relatório em junho, trata-se de ação “protelatória”, ainda que parte do ” jogo democrático”.
O Governo não nega a maquiagem fiscal do mandato passado, que começou a ser desmontada neste ano pela nova equipe econômica. Constitucionalistas têm argumentado que um eventual processo de impeachment teria de envolver fatos relacionados ao atual mandato, que começou em janeiro. De acordo com o jornal Valor Econômico, as contas públicas de fevereiro foram as primeiras a serem fechadas sem a “maquiagem”. Em tese, portanto, no primeiro mês do ano o Governo seguiu usando manobras condenadas pelo TCU.