Cotidiano

Dia do judô: esporte individual lidera conquistas olímpicas do país

Aos 15 anos, Débora Cristina de Souza dos Santos sabe de cor as lições do judô: respeito, humildade e disciplina. A jovem faixa verde conheceu há três anos a modalidade, por meio de um projeto social, e já sonha participar de uma Olimpíada. “Quero ser medalhista e incentivo as pessoas da minha idade e aos menores a praticar o judô para livrar a mente e tirar as pessoas do caminho do tráfico”, destaca a adolescente, que é moradora da comunidade da Barreira do Vasco, na zona norte do Rio de Janeiro (RJ), e começou a praticar o esporte 

A data de comemoração do Dia do Judô, celebrado nesta quarta-feira (28), é uma referência ao dia do nascimento do criador da luta, o japonês Jigoro Kano (1860/1938). A modalidade individual é a que mais trouxe medalhas olímpicas para Brasil. No total, são 22: quatro ouros, três pratas e 15 bronzes. “É individual, mas com um instinto coletivo aflorado”, explica Cláudio Carelli, professor de Débora e que já dedicou 26 dos 41 anos ao judô. “Além dos benefícios físicos, como o desenvolvimento de força, agilidade e pensamento tático, o judô traz lições morais, autocontrole. Na primeira aula, aprende-se a cumprimentar o oponente, que não é visto como rival, mas como alguém que vai contribuir para evoluí-lo”.

Samurais do Morro, projeto social, judô, RJ
Samurais do Morro, projeto social, judô, RJ

Cerca de 50 crianças participam do projeto social Samurais do Morro, no bairro de São Cristóvão, zona norte do Rio de Janeiro – Fabio Lacerda/Divulgação

Recentemente, o judoca criou o projeto Samurais do Morro, que atende a cerca de 50 crianças entre 7 e 16 anos. “Sou morador de São Cristóvão [zona norte] e vi que faltava um projeto social desse no Morro do Tuiuti. Então com a ajuda da Associação dos Moradores, apoio dos empresários da região, começamos a implementar esta atividade para diminuir a ociosidade das crianças”.   

O projeto Samurais do Morro acompanha a vida escolar dos participantes e está equipado com EPIs (álcool em gel, máscara personalizada e duplas fixas mantendo o distanciamento das demais duplas em treinamentos. “O lançamento do projeto foi adiado por conta da pandemia e vamos criar mais turmas à medida que as autoridades sanitárias flexibilizem as regras”, afirma Carelli, lembrando os destaques são incentivados a prosseguir no esporte. “Eu os levo para treinar na minha academia para serem federados, disputar competições e virar atletas”.

Em 2013, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) classificou o judô como o esporte mais adequado para o desenvolvimento global de crianças e adolescentes. Curiosamente, hoje também é o Dia do Respeito, uma das bases desta modalidade.