Dezoito pessoas foram presas, e cinco foram conduzidas coercitivamente, para prestar esclarecimentos na segunda fase da Operação Antares fase 2. Com a ofensiva, a Polícia Civil visa desmontar uma organização criminosa que atua na montagem de empresas fraudadoras, conhecidas vulgarmente por “araras”.
Conforme as investigações, cerca de 50 empresas de fachada foram criadas pelo grupo criminoso para dar golpes milionários no comércio de todo o país. Em seis meses de investigação, os bandidos movimentaram mais de R$ 2 milhões.
Ao todo, foram expedidos 14 mandados de prisão preventiva, 20 mandados de prisão temporária, 14 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de condução coercitiva, totalizando 53 ordens judiciais, que foram cumpridas nos municípios de Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Parobé, Capão da Canoa, Taquara, Rolante e Farroupilha.
Segundo os Delegados Gustavo Rocha e Alexandre Fleck, que coordenaram a Operação Antares, as empresas são criadas ou estruturadas em nome de “laranjas” ou por meio de falsificação de documentos. Segundo eles a única finalidade era aplicar fraudes mercantis, sobretudo aos fornecedores de produtos diversos.
Na fraude, os infratores negociam produtos pagando à vista e, assim que ganhavam a confiança dos fornecedores, realizavam compras maiores, com pagamento a prazo, e sumiam do mercado. Antes que os fornecedores conseguissem realizar qualquer espécie de cobrança, os produtos eram revendidos por meio dessas mesmas empresas ou outras também criadas para o mesmo objetivo.
A investigação possibilitou o mapeamento das principais empresas receptadoras de cargas roubadas ou obtidas mediante fraude. “Cerca de 50 empresas com esse fim foram identificadas e monitoradas, sendo que algumas delas sofreram intervenção da Polícia Civil, notadamente quando detectado que armazenavam carga roubada”, contam os delegados.
A ação de hoje é um desdobramento de uma investigação iniciada no final do ano passado, quando policiais civis encontraram um depósito. O local, em Cachoeirinha, era de uma empresa de fachada que tinha como dono um preso em Arroio dos Ratos.
Pouco tempo depois, a Polícia Civil localizou dois depósitos em Capão da Canoa usado para esconder cargas compradas no mesmo esquema da fase deflagrada hoje. À época, os produtos reavidos somavam aproximadamente R$ 1,5 milhão.