Deputados aprovam aumento no ICMS gaúcho

Além de entrar para a história gaúcha como o dia em que sindicalistas entraram em confronto com a Brigada Militar, o dia 22 de setembro marca também uma vitória apertada do governo de José Ivo Sartori (PMDB), com a aprovação, pela AL/RS (Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul) do aumento de impostos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O reajuste terá validade de 3 anos, conforme emenda proposta pelo PDT e aprovada previamente.
Por 27 votos contra 26 votos, os deputados estaduais avalizaram a proposta governista de acréscimo de 1% na alíquota do imposto geral, que passa, a partir de 1° de janeiro de 2016, dos atuais 17% para 18%. Outras alterações nas alíquotas da gasolina e de álcool hidratado que passam de 25% para 30%; telefonia móvel que sobem de 25% para 30% já haviam sido aprovadas anteriormente.
A sessão que aprovou o tarifaço durou cerca de 10 horas. Também foram aprovados o PL (projeto de lei) que amplia o limite de uso dos depósitos judiciais de 85% para 95% e o PL que trata da redução e da limitação temporárias das dotações oriundas do sistema de gerenciamento dos depósitos judiciais.
Polarização
A discussão do tema foi altamente polarizada dos dois lados. Nem governo, nem oposição, personificada na presença dos servidores presentes no Plenário 20 de Setembro, aceitavam a derrota.
A sessão começou às 14h da terça-feira (22), entretanto a votação só ocorreu por volta das 1h de quarta-feira (23). Antes da apreciação dos impostos, os deputados aprovaram, por 34 votos a favor e 18 contra, o projeto que reduz desconto pro bom motorista e antecipa pagamento do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores).
Confusão pela manhã
Por volta das 11h30, servidores derrubaram uma cerca colocada na Praça da Matriz e tentaram entrar no prédio da Assembleia, o que causou confusão entre representantes das categorias e a Brigada Militar. Policiais foram atingidos por guarda-chuvas após formarem um cordão de isolamento na porta do local.
Os brigadianos, então, revidaram avançando sobre os manifestantes para recolocá-los na área de isolamento. Bombas de efeito moral e gás pimenta foram jogados contra os servidores. O clima de tensão durou cerca de 30 minutos. Três pessoas foram presas no meio da confusão. Duas delas foram flagradas, em vídeo, jogando os guarda-chuvas nos policiais.
Durante a tarde, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) divulgou um vídeo que mostra o momento em que um guarda-chuva é jogado contra parte da tropa da Brigada Militar (veja abaixo).