O Departamento de Justiça dos Estados Unidos pediu hoje (6) mais tempo a um juiz federal para reunir famílias separadas na fronteira do país com o México, como resultado da política de imigração de tolerância zero da administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na semana passada, uma decisão judicial deu 30 dias de prazo para que o governo norte-americano devolva aos pais considerados ilegais, crianças que foram levadas a abrigos
A solicitação entregue pelo Departamento de Justiça foi feita por advogados do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, sigla em inglês), que argumentou que não será possível reunir as quase três mil crianças.
De acordo com o HHS, um dos maiores desafios é conseguir garantir que os pais sejam devidamente identificados.
“O processo atual de confirmação de filiação é consistente com o mandato do tribunal e busca esclarecer que nos casos em que a filiação não puder ser confirmada rapidamente, o HHS não violará a lei da Corte”, diz o texto da petição, divulgado pelo HHS.
No pedido, o departamento também argumenta sobre a necessidade de estender o prazo para reunir também as crianças menores de 5 anos. A decisão judicial determinou que crianças com até essa faixa etária fossem entregues ao pais até o dia 10 de julho.
Na quinta-feira (5) o secretário do HHS, Alex Azar, disse que a agência cumpriria o prazo determinado legalmente para a reunião de crianças menores de 5 anos, mas ressaltou que isso mesmo significaria que a Agência teria de “restringir seu foco tradicional da revisão dos cuidados”.
Na petição de hoje a HHS acabou pedindo mais prazo também para os menores de 5 anos, argumentando não poder garantir um processo mais ágil de verificação do que a agência normalmente empreende.
A HHS está, inclusive, usando o teste de DNA, para confirmar a paternidade mais rapidamente.
Estrutura
Um dos problemas apontados pelos defensores de direitos humanos e advogados que têm acompanhado imigrantes presos por tentativa de entrada ilegal nos Estados Unidos, é a falta de informações entre as agências do governo. Há processos que vinham sendo tratados de maneira separada.
Há relatos de pais que foram presos e que somente conseguiram saber onde estavam os filhos após serem soltos. Além disso, alguns tiveram a ordem de deportação decretada e foram enviados de volta ao seus países de origem, antes de conseguirem se reunir com os filhos.