Cotidiano

Denunciado PM que matou cinco pessoas na zona Norte de Porto Alegre

O subtenente aposentado foi denunciado por cinco homicídios qualificados e por alterar a cena do crime.

O Ministério Público denunciou ao Tribunal do Júri da Capital, nesta segunda-feira (25) o policial militar de Santa Catarina, Ronaldo dos Santos, 52 anos, como executor da morte de cinco pessoas da mesma família, incluindo o próprio filho recém-nascido, na zona Norte de Porto Alegre. Os corpos foram encontrados no dia 2 de junho, em adiantado estado de decomposição, no interior da casa de número 335 da rua José Marcelino Martins, no bairro Jardim Itú-Sabará.
O subtenente aposentado foi denunciado por cinco homicídios qualificados e por alterar a cena do crime. A denúncia foi oferecida pela Promotora de Justiça Sonia Mensch. As vítimas são: Lourdes Felipe, 64 anos, seus filhos Walmyr Felipe Figueiró, 29, e Luciane Felipe Figueiró, 32, além dos netos João Pedro Figueiró, cinco anos, e Miguel, de um mês; todos assassinados dentro da residência.
Quatro pessoas foram assassinadas com um tiro de revólver calibre 22 na cabeça, e o bebê morreu por asfixia. No caso da morte da mãe da criança, o crime foi qualificado por motivo torpe e por uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.

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Contra o bebê, o crime é qualificado por motivo torpe, meio cruel e com impossibilidade de defesa da vítima, com o agravante de ser menor de 14 anos e descendente. Em relação à Lourdes, Walmyr e João Pedro, os crimes foram cometidos para assegurar a impunidade sobre os dois primeiros assassinatos e também com uso de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.
A chacina foi praticada mediante surpresa, conforme o MP. As vítimas estavam em casa e foram surpreendidas pela ação violenta do denunciado, previamente armado. Todos acreditavam se tratar de uma visita amistosa, já que poderia querer visitar o filho. Para garantir as mortes, Ronaldo dos Santos deixou o gás do fogão ligado.
O denunciado já havia tentado eliminar Luciane e o bebê através de outras pessoas, que não aceitaram cometer os crimes. Ele não aceitava a paternidade de Miguel, fruto de um relacionamento extraconjugal e por pensar que a mãe do bebê se aproveitaria do fato de terem um filho em comum para exigir-lhe dinheiro.
Com a intenção de fazer parecer que a motivação do crime pudesse ter ligação com o tráfico de drogas, o PM colocou 10 pacotes de maconha e cocaína sob o corpo de Walmir, que seria dependente químico.

Outras três pessoas foram presas por participação no crime

Uma ação conjunta da Polícia Civil gaúcha e a catarinense resultou na prisão de mais três suspeitos de participarem da chacina com cinco mortes realizada em junho no dia 11 deste mês. Eles teriam ajudado o PM reformado de Santa Catarina a cometerem o crime. Todos os quatro suspeitos do crime estão com as prisões preventivas decretadas.