Datafolha indica que 63% dos entrevistados querem renúncia de Temer e novas eleições

A pesquisa do Datafolha ainda pontuou que 40% da população afirma que a gestão Temer é pior do que o segundo mandato de Dilma Rousseff.

A maioria dos entrevistados pelo Datafolha (63%) é favorável à renúncia do presidente Michel Temer (PMDB) ainda neste ano para que haja eleição direta, apontou a pesquisa divulgada neste domingo (11) pelo instituto. Ainda segundo o levantamento, 27% dos entrevistados se disseram contra a saída do peemedebista para esse fim, 6% se declararam indiferentes e 3% não souberam responder.

Para que a população vá às urnas e escolha um novo presidente para o mandato-tampão, seria necessário que Temer deixasse o cargo até 31 de dezembro. Caso Temer renuncie ou seja cassado a partir de 1º de janeiro, haverá eleições indiretas convocadas pelo Congresso Nacional até 90 dias após a saída do político.

A pesquisa, realizada entre 7 e 8 de dezembro, com 2.828 pessoas de 16 anos ou mais, tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Os dados

Os entrevistados foram confrontados com a pergunta: “Uma situação em que poderia haver eleição antecipada para a Presidência no Brasil seria em caso de renúncia de Michel Temer até o final deste ano. Você é a favor ou contra Michel Temer renunciar até o final do ano para a convocação de uma nova eleição direta para a Presidência da República?”.

Mais de 60%, considerando a margem de erro, se disseram favoráveis à renúncia: 63%; 27% são contra; 6% se declararam indiferentes e 3% não souberam responder.

A parcela da população que queria uma nova eleição direta em julho é praticamente a mesma que a atual. Naquela ocasião, o processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) estava em curso. Para que houvesse nova eleição direta, era necessário que tanto ela quanto Temer deixassem os respectivos cargos.

Essa é a primeira vez que o Datafolha pergunta à população sobre a possibilidade de saída somente de Temer para realização de novas eleições. Em julho, o instituto fez pergunta semelhante, mas como Dilma ainda era presidente e Temer era vice, era preciso que ambos renunciassem para que houvesse nova eleição direta. Naquela oportunidade, 62% defenderam a renúncia de ambos, outros 30% foram contra, 4% disseram não saber e outros 4% se declararam indiferentes.

Maioria também rejeita governo Temer

A popularidade do presidente Michel Temer sofreu uma queda desde julho, quando o índice de rejeição era de 31%. Segundo levantamento da Datafolha, 51% dos entrevistados consideram o governo Temer ruim ou péssimo. Enquanto o presidente atuava como interino, 41% dos brasileiros afirmavam que o governo era regular. Agora, são 34% que mantém a mesma opinião.

A pesquisa do Datafolha ainda pontuou que 40% da população afirma que a gestão Temer é pior do que a anterior. Já 34% a avaliam como igual e 21% apontam melhorias.

Além da queda de popularidade, o Datafolha também mapeou que há uma diminuição na confiança em níveis econômicos, fazendo com que o período atual seja parecido com o cenário pré-impeachment. São 66% dos brasileiros que dizem acreditar que a inflação aumentará, 19% que continuará no mesmo patamar e apenas 11% preveem diminuição.

Ainda considerando os dados econômicos, o Datafolha mostra que 65% da população afirma que a situação financeira do Brasil piorou, 25% diz que continua a mesma e 9% apontam que houve melhorias.