Cotidiano

Cunha quer critérios mais claros para abertura de inquérito contra políticos

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou hoje (9) a negar qualquer envolvimento em atos ilícitos investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
“Refuto todas as acusações e posso efetivamente esclarecer detalhes de cada siuação. Não posso ser responsabilizado por requerimentos feitos por outros parlamentares”, afirmou Cunha ao chegar para almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Na denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério Público Federal pede abertura de inquérito para investigar se Cunha está envolvido no esquema de recebimento de propina oriunda de empreiteiras que tinham contratados firmados com a Petrobras. Segundo investigações preliminares da Polícia Federal, Cunha usou aliados para pressionar as empreiteiras a pagar mesada ao partido.
O deputado criticou a atuação do MPF e defendeu o uso de critérios mais claros e objetivos para justificar o pedido de abertura de inquéritos contra políiticos. “O estranho continua sendo o procurador [geral da República, Rodrigo Janot] não explicar por que escolheu quem investigar”, criticou Cunha, sugerindo parcialidade do Ministério Público para abertura de inquéritos. “Ele tinha muito mais razões para abrir uma investigação contra o senador Delcídio [Amaral, do PT-MS], e ele [procurador] resolveu não apresentar”, completou. Já o MPF considera, em petição, que são “vagos” os indícios contra Delcídio.
Sobre a possibilidade de o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), abrir uma comissão parlamentar de inquérito contra o MPF, Eduardo Cunha disse que desconhece a iniciativa e negou apoio. “Não sei, tem que ter primeiro um fato concreto que possa ser colocado”, afirmou.