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Cuidado com leptospirose deve ser mantido mesmo após baixar o nível de água

Nesta quarta-feira (22), o Rio Grande do Sul confirmou a segunda morte por leptospirose.

Foto: Mauricio Tonetto / Secom
Foto: Mauricio Tonetto / Secom

As enchentes no Rio Grande do Sul afetam milhares de pessoas, trazendo consigo também perigos para a saúde, sendo um deles a leptospirose.

Transmitida por meio do contato com a urina de animais infectados, como os ratos, a bactéria leptospira spp, pode sobreviver por até 180 dias (cerca de seis meses) no ambiente.

Por isso, deve-se continuar com medidas de precaução para evitar a doença após o fim das enchentes. Conforme o mais recente relatório do Ministério da Saúde sobre a leptospirose no Brasil, 44% dos casos confirmados estão relacionados à infecção por água ou lama de inundação.

Andre Doi, patologista clínico e diretor científico da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial, explica que há exames específicos para o diagnóstico da leptospirose, mas que, nesse momento, no Rio Grande do Sul, é fundamental considerar o histórico epidemiológico e exposição do paciente para suspeita da infecção.

“Os exames laboratoriais são importantes para o diagnóstico da doença. Entretanto, o tratamento e profilaxia, quando necessários, devem ser realizados com base na história clínica e epidemiológica, além de sinais ou sintomas apresentados pelo paciente”, destaca o patologista.

Nesta quarta-feira (22), o Rio Grande do Sul confirmou a segunda morte por leptospirose. Um homem de 33 anos, morador de Venâncio Aires, morreu após contrair leptospirose.

Como identificar

Os sintomas comuns da leptospirose incluem febre alta, dores de cabeça, calafrios, dores musculares, vômitos e icterícia, caracterizada pela pele amarelada e olhos avermelhados. Entretanto, esses sinais podem ocorrer em diversas doenças infecciosas.

Mesmo após a diminuição do nível d’água nas cidades do Rio Grande do Sul, a leptospirose ainda pode ser contraída, já que os cidadãos ainda podem permanecer expostos a locais contaminados.

Por essa razão, é importante que as pessoas usem vestimentas impermeáveis, como botas e roupas protetoras, luvas e sacos plásticos quando forem limpar suas casas, por exemplo.

Superfícies molhadas se tornam propícias para a sobrevivência da bactéria da leptospirose também. Evitar o contato com água e lamas suspeitas de contaminação e não deixar que as mãos e os pés fiquem molhados por muito tempo são formas de prevenção.

“A bactéria pode penetrar no corpo através da pele ou mucosas como nariz e boca, facilitando a disseminação da doença”, explica Doi.

Ainda não há vacina disponível para a doença e o tratamento da leptospirose baseia-se na antibioticoterapia. “Em alguns casos, a administração profilática de antibióticos é indicada após exposição à água contaminada”, ressalta o especialista.