FALTA D'ÁGUA

Corsan: Região Metropolitana será a última a ter retorno de água a pleno

A Corsan tem 452 mil clientes em 37 cidades ainda sem água. Empresa busca soluções emergenciais enquanto realiza os reparos

Crédito: Lauro Alves / Secom
Crédito: Lauro Alves / Secom

A Corsan, empresa controlada pelo grupo Aegea, e que é responsável pelo abastecimento de água para parte do Rio Grande do Sul, fez um prognóstico do retorno da distribuição para os municípios de sua área de cobertura. O diretor de operações da Companhia, José João da Fonseca, trouxe as previsões de retorno em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta quinta-feira (9).

A Corsan ainda tem 452 mil clientes sem água na sua área de concessão. Ao todo, são 37 cidades ainda com algum tipo de problema de abastecimento. “Em mais dois dias nós repararemos todo o interior, restando apenas problemas pontuais”, garante Fonseca.

Já a Região Metropolitana, uma das mais castigadas, será a última a ser reparada. Para esta área, o diretor explicou a situação de cada cidade:

  • Guaíba: sistema está 100% (previsão de dois dias para recuperação completa)
  • Eldorado do Sul: sistema está 100% (previsão de dois dias para recuperação completa)
  • Cachoeirinha: 70% (previsão de dois dias para recuperação completa)
  • Gravataí: 70% (previsão de dois dias para recuperação completa)
  • Canoas: 65% (previsão de dois dias para recuperação completa)
  • Esteio e Sapucaia do Sul: Caso considerado um dos mais graves. Captação de tratamento inundados. Nesta manhã a captação estava com nível baixo de água. Equipes já iniciaram trabalhos. (sem previsão de retorno).
  • Alvorada e Viamão: Lá, o sistema de produção não foi inundada, somente a captação. Mas a inundação da captação se estende por 1km até chegar a ela. Mesmo assim, equipes chegaram lá e conseguem trabalhar. (Corsan acredita que nesse caso será mais rápido, mas também não há uma data certa).

Soluções provisórias

Enquanto não consegue restabelecer o serviço a pleno, a Corsan busca soluções emergenciais. No caso de Esteio e Sapucaia do Sul, estão vindo de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, três estações tratamento de água móveis. A ideia é montar um sistema paralelo que daria condições de atender 40-50% da população.

A Corsan também relata estar perfurando poços. A empresa também busca poços de empresas grandes para auxiliar na distribuição dos pipas, inclusive conectando estes poços a rede da Corsan.

Outras ações emergenciais que a empresa comunica estar realizando são:

  • Utilização de geradores
  • Mobilização de carros-pipa para atender abrigos e hospitais
  • Conserto e reconstrução de Adutoras
  • Equipe de mergulhadores para desobstrução e reparos nas captações
  • Perfuração de poços nas regiões mais afetadas
  • Instalação de reservatórios móveis disponibilizando água tratada para a população
  • Instalação de estações flutuantes de captação
  • Mobilização de estação de tratamento móvel
  • Logística
  • Destinação de 3 helicópteros e 1 aeronave para transportar equipamentos, técnicos e suprimentos necessários à retomada da operação à cidades isoladas pelas cheias;

Confira a situação de outros pontos do Estado

Nordeste (Região de Bento Gonçalves)

Nesta manhã são 34 mil imóveis sem água, com desabastecimento parcial em 17 cidades. Em Taquari, como o nível do rio Taquari segue elevado e a área das bombas de captação sem acesso terrestre.

Como medida alternativa a Corsan utiliza uma balsa para comportar um gerador que mantém o sistema de captação em funcionamento. O abastecimento para a população está sendo de forma gradativa. Para atender as localidades mais prejudicadas, a Companhia mantém 37 caminhões-pipa e 17 reservatórios implantados em pontos estratégicos dos municípios.

Central (Região de Santa Maria)

Atualmente são 58 mil imóveis com desabastecimento total ou parcial em 8 cidades da região. Em Agudo e Silveira Martins o sistema de abastecimento está mantido por gerador.

Também estão afetados parcialmente Arroio do Tigre, Cachoeira do Sul, Lagoa Bonita do Sul, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santa Cruz do Sul e Sobradinho. São 20 caminhões-pipa e 3 reservatórios comunitários atendendo as localidades mais atingidas.

Vale dos Sinos

Em Taquara, o alagamento da bomba de captação de água no Arroio dos Ratos, compromete o abastecimento para 50% da população. Com dificuldades de acesso às estruturas, equipes estudam medidas alternativas para restabelecer o fornecimento de água. Caminhão-pipa atende hospitais e abrigos.

Na região são 20 mil imóveis desabastecidos – total ou parcialmente – em 4 cidades. Além de Taquara, General Câmara, Nova Santa Rita e Triunfo seguem com abastecimento comprometido.

Explicações

Muitas das áreas de captação e as estações de tratamento foram 100% inundadas. Isso provoca danos nas estruturas e demanda uma série de reparos para que haja retomada das operações.

“Inundou bombas, motores, quadro de comando, aonde a gente coloca os produtos químicos, transformadores, teve falta de energia, em cima disso teve geradores. Então, teve toda uma logística para gente fazer voltar os sistemas depois que baixa os níveis da água”, explicou o diretor.

Mesmo com a retomada do abastecimento, em alguns locais do estado essas estruturas seguem inundadas, com a água baixando muito lentamente. O diretor cita outras dificuldades.

“A dificuldade de acesso. Nós utilizamos helicópteros, muitos barcos, apoio da aeronáutica, aviões que estão a nossa disposição. Nós temos ainda 5 mil pessoas trabalhando nessas cidades, entre próprio e terceiros, para recuperar o sistema”.