As contas externas brasileiras apresentaram resultado negativo em julho, após quatro meses seguidos de superávit.
O déficit em transações correntes, que são compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com outras nações, chegou a US$ 4,433 bilhões, segundo dados divulgados hoje (27), em Brasília, pelo Banco Central (BC).
O resultado do mês passado superou o déficit de julho de 2017: US$ 3,419 bilhões.
De acordo com o BC, o déficit foi maior em julho deste ano por conta da redução no superávit comercial, um dos itens das transações correntes.
Em julho, o superávit comercial ficou em US$ 3,9 bilhões, contra US$ 6,055 bilhões em igual mês de 2017.
Expansão das importações de bens
“O decréscimo no saldo comercial foi determinado pela expansão das importações de bens, 49,3%, em relação ao resultado de julho de 2017, impulsionado pelo registro de US$ 3,3 bilhões associados às importações de plataformas de petróleo no âmbito do Repetro [regime especial que suspende os tributos cobrados sobre bens destinados a atividades de exploração de petróleo e gás natural]”, diz o BC, no relatório.
Por outro lado, o Banco Central também registrou crescimento de 21,9% das exportações, impulsionado pela venda de plataforma de petróleo, no valor de US$ 1,3 bilhão, com amparo do Repetro.
Em julho, o resultado negativo para as contas externas não foi totalmente coberto pelos investimentos diretos no país (IDP). Quando o país anota saldo negativo em transações correntes precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior.
A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque recursos são aplicados no setor produtivo. No mês passado, o IDP chegou a US$ 3,897 bilhões.
Nos sete meses do ano, entretanto, o IDP (US$ 33,772 bilhões) supera com folga o déficit em transações correntes (US$ 8,078 bilhões). Mas neste ano, o déficit está maior do que o de janeiro a julho de 2018 (US$ 2,835 bilhões).