Cotidiano

Comitê do Setor Elétrico decide manter térmicas mais caras desligadas

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) reafirmou hoje (10), em reunião extraordinária, a decisão de manter desligadas as usinas termelétricas despachadas fora da ordem do mérito, isto é cujo custo da energia é mais alto. As usinas foram a...

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) reafirmou hoje (10), em reunião extraordinária, a decisão de manter desligadas as usinas termelétricas despachadas fora da ordem do mérito, isto é cujo custo da energia é mais alto. As usinas foram acionadas no início de setembro e permaneceram em funcionamento até sábado (6). A decisão foi motivada pela avaliação de que houve melhora nas condições de armazenamento dos reservatórios das usinas do Sudeste e Centro-Oeste.

O acionamento das térmicas foi aplicado para as usinas com custo variável unitário até R$ 766,28/MWh e dizia respeito a um conjunto de 14 usinas. Pesou na decisão do comitê, que é responsável pelo monitoramento das condições de abastecimento e pelo atendimento ao mercado de energia elétrica do país, o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de geração de energia no país.

Na semana passada, em outra reunião extraordinária, o comitê determinou o desligamento das térmicas, argumentando melhora das condições hidrológicas na Região Sul e das ofertas competitivas de importação de energia da Argentina e do Uruguai. Nesta quarta-feira, o comitê disse que houve melhora na curva de referência dos reservatórios do Subsistema Sudeste e Centro-Oeste e também de reservatórios de usinas de cabeceira dos rios Grande e Paranaíba – neste caso, visando à garantia de controle da cascata hidráulica e a manutenção da navegabilidade da Hidrovia Tietê-Paraná.

Segundo o comitê, o nível de armazenamento do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste atingiu 21,5% no último dia 8, percentual  2,3% acima da curva de referência para este subsistema, apesar de nem todos os reservatórios de usinas hidrelétricas de cabeceira dos rios Grande e Paranaíba estarem na mesma situação, disse o comitê. Também foi apontada melhoria das afluências na Região Sul, com consequente tendência de aumento do intercâmbio para o Sudeste/Centro-Oeste.

Com isso, o comitê optou por não despachar usinas termelétricas fora da ordem de mérito de custo. A ordem de despacho das usinas, feita pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), é definida pela energia de menor custo, em geral as hidrelétricas até as térmicas de maior custo, fora da ordem de mérito de custo econômico.

O CMSE disse ainda que, nos próximos sete dias, os maiores volumes de chuva estarão localizadas na Região Sul e no sul das regiões Sudeste e Centro-Oeste. No Sul, os valores podem superar a média histórica, e as bacias com os maiores acúmulos previstos são as de Itaipu e Iguaçu.

De acordo com o CMSE, nesse período, a temperatura nos principais centros urbanos da Região Sudeste estará ligeiramente acima da média. Segundo o comitê, não são esperadas chuvas expressivas nas bacias do Tocantins e do Xingu, e há indicativo de aumento das precipitações em toda a região central do Brasil, especialmente no Sudeste e no Centro-Oeste, após o período de sete dias.

O CMSE acrescentou que está garantido o suprimento eletroenergético do SIN e que continuará acompanhando as condições de suprimento do sistema elétrico brasileiro, principalmente no que se refere ao nível dos reservatórios, com reuniões semanais para avaliação.