Comandante da BM em Pelotas é preso durante ação do MP

O comandante da Brigada Militar em Pelotas, tenente-coronel André Luis Pithan, foi preso durante a Operação Braço Forte, que desarticulou uma empresa de segurança que agia como milícia armada no município. Além disso, a Nasf Portaria e Segurança, de propriedade do Tenente da Reserva da BM Nelson Antônio Silva Fernandes, praticava crimes como tortura, lesões corporais, danos patrimoniais e incêndio, entre outros.
De acordo com o MP (Ministério Público), sob o pretexto de impor respeito às residências e estabelecimentos comerciais que tinham a placa da empresa afixada, os integrantes da Nasf sequestravam, agrediam e torturavam suspeitos de crimes contra essas propriedades.
O tenente-coronel Pithan é investigado por suposta participação ou facilitação para que a Nasf agisse no município. Com ele, estava uma arma de um dos presos na Operação.
Além do tenente da reserva Nelson Antônio Silva Fernandes, preso pela manhã, foram presos também dois integrantes do Exército Brasileiro. O número total de presos chega a 15, a maioria funcionários da empresa.
Durante a entrevista, o Subprocurador Fabiano Dallazen apelou aos moradores de Pelotas e da região que comuniquem qualquer ato de ilegalidade cometido pela Nasf que tenham conhecimento ao Ministério Público. “O Gaeco permanecerá aqui em Pelotas ao longo dos próximos dias para receber essas denúncias”, informou.
O Promotor de Justiça Reginaldo Freitas da Silva disse que “essa organização não pode ser tida como empresa de segurança, mas sim uma verdadeira milícia, que vinha usurpando aquilo que é função essencial do Estado, fazendo trabalho de polícia, acusação e julgamento”.
O Corregedor-Geral da Brigada informou que a corporação irá investigar a possível participação de policiais da ativa, seja agindo no apoio às atividades da empresa ou se omitindo da sua função. “Seremos bastante rigorosos. Não compactuamos com qualquer atividade ilegal ou que se distancie do que a sociedade espera de nossos brigadianos”, ressaltou. Segundo os Promotores, até o momento não há confirmação do envolvimento de policiais militares da ativa no esquema criminoso.
Os nomes de todos os presos temporários, além, do tenente Nelson, são os seguintes: Wagner Nicoletti Fernandes, Nilmar dos Santos Acosta, Mauro Fernando Silveira Silva, Gerson Roberto Peixoto Garcia, Silvio Luis Soares Vargas, Elizeu Valdemir Bueno, Éverton Marques Porto, Adriano Macedo de Miranda, Michel Schwantes Vieira, José Edson Rangel de Medeiros, Eduardo Felipe Faustini de Medeiros, Carlos Henrique Barros Guimarães e Rafael Aires Vieira. Também foi preso, em flagrante, Pedro Augusto Boehs da Silva.