Cotidiano

Com rombo de R$ 500 milhões na Prefeitura, Marchezan admite que pode parcelar salários

O anúncio do déficit e de medidas para enfrentar a crise financeira foram demonstradas durante a apresentação da coletiva de imprensa intitulada "A Porto Alegre que recebemos".

Criticado duramente pelo ex-prefeito José Fortunati como vendedor do caos para se apresentar como “salvador da Pátria”, Nelson Marchezan Júnior apresentou nesta quinta-feira (25) o déficit da Prefeitura de Porto Alegre. O rombo nas contas públicas da PMPA chega a R$ 500 milhões, o que pode levar a administração a parcelar os salários dos servidores para equilibrar as contas.

O anúncio do déficit e de medidas para enfrentar a crise financeira ocorreram durante a apresentação da coletiva de imprensa intitulada “A Porto Alegre que recebemos”. Marchezan admitiu que pode vir a parcelar salários dos servidores por causa da falta de dinheiro e afirmou que a crise porto-alegrense é pior que a gaúcha.

Para o ano de 2017, a tendência é que a Prefeitura acumule mais R$ 815 milhões em dívidas.

O que motivou o déficit de R$ 500 milhões

  • R$ 140 milhões de empenhos não pagos: Creches conveniadas, Precatórios e Iluminação Pública;
  • R$ 104 milhões de empenhos anulados: Obras Viárias, Energia Elétrica, Sinalização de Trânsito e Telefonia;
  • R$ 143 milhões de saque do caixa único: Salário Educação, FUNCRIANÇA e Fundo de Iluminação Pública;
  • R$ 120 milhões de despesas sem empenho estimadas: Coleta de lixo, Capina, Serviços de Limpeza e Vigilância.

Conforme a Secretaria Municipal da Fazenda, a soma do que tem que ser pago aos fornecedores e a relação dos fundos sacados para o Caixa Único somam R$ 507 milhões. A Secretaria diz que está analisando os processos e, em até 90 dias, irá apresentar uma alternativa para quitações destes valores.

Fornecedores não pagos

  • Mais de 2,8 mil já identificados;
  • Maior dívida: R$ 9,99 milhões (empresa de coleta de lixo);
  • Maior atraso: outubro/2015;
  • Desde maio/2016 não são pagos fornecedores acima de R$ 8 mil;
  • Desde setembro/2016 não se paga nenhum fornecedor;
  • Já protocolados na loja da Secretaria da Fazenda: R$ 43,1 milhões.

Medidas que serão adotadas pela Prefeitura

  • Definição de prioridades e racionalização de eventos;
  • Contigenciamento do orçamento;
  • Criação do Cadastro de Inadimplentes Municipal;
  • Redução de Locações de Imóveis com utilização de próprios;
  • Recadastramento dos servidores públicos ativos e inativos;
  • Redução nos repasses à EPTC e CARRIS;
  • Gestão e prestação de contas dos convênios municipais.