O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou a análise do contrato com a empresa alemã Bilfinger e no procedimento licitatório da compra de monitores para os CICC (Centros Integrados de Comando e Controle) utilizados na Copa do Mundo. Além disso, o ministério pediu para que a CGU (Corregedoria-Geral da União) realize auditoria nos contratos relacionados à compra. A Bilfinger também deverá apresentar elementos que apontem irregularidades nos contratos.
De acordo com o Ministério da Justiça, o contrato com a Helmut Mauell, representante da Bilfinger no Brasil, para aquisição dos monitores (video-wall) para os Centros de Comando e Controle foi firmado no valor de 24,3 milhões de reais. A pasta disse ainda que a empresa vencedora ofereceu “preço inferior a 46% do valor obtido à época em pesquisa de mercado”.
Sem ilegalidade
O ministério explicou, em nota à imprensa, que a empresa vencedora foi objeto de auditoria pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e nenhuma ilegalidade foi encontrada. O órgão anunciou que o chefe da Sesge (Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos), Andrei Rodrigues, pediu que a PF (Polícia Federal) abra inquérito para investigar o caso.
A determinação do ministro ocorreu ontem, dia 22. No mesmo dia, a Bilfinger divulgou nota informando que havia recebido “informações internas” sobre a suspeita de pagamento de propina de funcionários vinculados à empresa Helmut Mauell a funcionários públicos e empregados de estatais brasileiras. As informações, segundo a empresa, foram obtidas ainda em 2014.
Suspeitas comprovadas
A empresa alemã contratou serviços de auditoria e, segundo a própria, as suspeitas já foram comprovadas, mas não se sabe ainda quem pagou e recebeu a propina. “Como primeiro passo, a Bilfinger encomendou auditores Ernst & Young para uma abrangente checagem de dados na Alemanha e no Brasil e, posteriormente, os auditores Deloitte e um escritório de advocacia especializada no Brasil para maior clarificação do incidente. As suspeitas já foram comprovadas. O inquérito, no entanto, ainda não está completo. Isso também se aplica à questão de [verificar] a quem e em que quantidade os pagamentos foram feitos”, explica a empresa, na nota.
Os Centros Integrados de Comando e Controle foram implantados no Brasil para monitoramento de agentes de segurança pública durante a Copa do Mundo, em cada uma das cidades-sede do torneio. A utilização das instalações, no entanto, foi ampliada pelo Ministério da Justiça, e devem ser um dos pilares de um processo de integração permanente das polícias, conforme deseja Cardozo.
Cotidiano
CGU vai investigar contratos de empresa alemã com organização da Copa do Mundo
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