O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, preso durante a Operação Lava Jato, arrolou hoje oito testemunhas de defesa na ação penal em que é acusado de receber propina para facilitar a compra de sondas de perfuração, entre elas a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli. Mas após a repercussão negativa da indicação, o ex-diretor voltou atrás, excluindo a presidente da lista há poucos instantes.
Dilma foi indicada por iniciativa do advogado Edson Ribeiro, que defende Cerveró, por ter ocupado os cargos de presidenta do Conselho de Administração. Gabrielli foi indicado por ter sido presidente da Petrobras. De acordo com Código de Processo Penal, o acusado tem direito de arrolar testemunhas e requerer sua indicação, quando necessário, mas todas as testemunhas poderão se recusar a comparecer.
Tentativa de absolvição
Na resposta à abertura da ação penal, a defesa também pediu a absolvição sumária do ex-diretor por entender que não há provas contra ele. Cerveró está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, mas por outro motivo. Segundo a Justiça, ele tentou se desfazer de bens para evitar o confisco.
Segundo o advogado, os depoimentos de delação premiada que incriminaram Cerveró não são válidos. De acordo com o MP, houve pagamento de 15 milhões de dólares, em 2008, para que a Petrobras contratasse um navio-sonda a ser usado na perfuração de petróleo em águas profundas na África. O valor do contrato era 586 milhões de reais. Segundo a denúncia, após a confirmação de que a propina seria paga, Cerveró atuou para fechar o negócio com o estaleiro Samsung Heavy. Após o acerto, Fernando Soares recebeu os valores indevidos e repassou parte para Cerveró.