O julgamento de Yasmin Vaz dos Santos e Bruna Nathiele Porto da Rosa está marcado para o dia 4 de abril. As duas mulheres são acusadas da morte Miguel dos Santos Rodrigues, de 7 anos. O julgamento será realizado em Tramandaí, no Litoral Norte.
A data foi definida pelo Juiz de Direito Gilberto Pinto Fontoura, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Tramandaí. A definição ocorreu após o esgotamento de recursos das defesas contra a decisão (Sentença de Pronúncia), definindo que as rés devem ser julgadas pelo Tribunal do Júri.
Em despacho, o magistrado informou, ainda, a renúncia dos procuradores da ré Yasmin, e dá prazo para que ela indique novo Defensor. Caso isso não ocorra, fica a Defensoria Pública designada.
As rés foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vitima; ocultação de cadáver e tortura.
O menino Miguel desapareceu no dia 29 de julho de 2021. O corpo, que não foi encontrado, teria sido arremessado no rio Tramandaí.
Em interrogatório durante audiência do processo criminal, Bruna atribuiu à mãe a responsabilidade pela morte do menino. Yasmin, optou por ficar em silêncio.
Como foi o crime, segundo a polícia
A Polícia Civil prendeu uma mulher em flagrante delito após ela confessar que dopou e jogou o corpo do próprio filho, de 7 anos, em um rio. O caso ocorreu em Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, no dia 29 de julho de 2021. O Corpo de Bombeiros fez buscas pelo menino Miguel dos Santos Rodrigues, mas não encontrou o corpo.
A investigação apontou que Yasmin Vaz dos Santos buscou a Delegacia de Polícia para registrar o desaparecimento do filho. No entanto, quando foi questionada de como ele teria sumido, acabou confessando que dopou a criança com um antidepressivo e a colocou dentro de uma mala com rodinhas. Depois, saiu de casa, na área central de Imbé, com a companheira Bruna Nathiele Porto da Rosa, e foi até o rio Tramandaí.
No depoimento à polícia feito em 2021, Yasmin afirmou que tirou o corpo do menino da mala e o jogou no rio, em uma das noites mais frias do ano de 2021 no Rio Grande do Sul. À época, ela afirmou que não sabia se o menino estaria vivo ou morto.
Ao ser questionada pelos policiais por qual motivo teria dopado o filho, a mulher respondeu que ele era “teimoso” e que “se recusava a comer”. Ela confessou que já teria feito várias torturas tanto físicas quanto psicológicas contra a criança. A mulher ainda afirmou que já tinha preparado até uma peça na casa onde viviam para acorrentar o filho com cadeados.
Após esse depoimento, as rés passaram dizer que eram inocentes e que não tinham cometido os crimes pelos quais foram denunciadas.
Durante as investigações, a Polícia Civil obteve mandados para inspecionar os telefones das acusadas. Dois vídeos que já estão em posse da polícia mostram que o menino Miguel era torturado física e psicologicamente. “A criança passava o dia trancada em um roupeiro e era obrigada a segurar a vontade de urinar”, afirmou o delegado Antônio Carlos Ratcz, que lidera a investigação. “Quando ela fazia isso, ela era castigada, apanhava. Se ela saísse do roupeiro, ia para um poço de luz. Essa criança vivia um inferno”, constatou.
O Ministério Público afirma que o menino vivia sob agressões e violência, e que foi assassinado porque as mulheres o consideravam um “empecilho”.