Cotidiano

Caso Bernardo: júri condena pai, madrasta e mais dois pelo assassinato

Confira quais as penas impostas aos réus Leandro Boldrini, Graciele Ugulini, e aos irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz no julgamento do dia 15/03/2019.

O tribunal do júri imputou pena a todos os quatro réus do caso Bernardo. A decisão foi proferida, no início da noite desta sexta-feira (15) pela juíza Sucilene Engler Werle, que presidiu a sessão. Os advogados de defesa dos réus devem recorrer das decisões.

Os sete integrantes do Conselho de Sentença foram isolados em uma sala secreta. Lá, incomunicáveis com o exterior, realizaram a definição do julgamento.

Os sete jurados, cinco homens e duas mulheres, responderam a cerca de 45 questões apenas com “sim” ou “não” para definir as penas dos acusados da morte do menino Bernardo.

Após o término da votação, a juíza retomou a sessão no salão do júri, por volta das 19h. A partir das decisões dos jurados, ela definiu as penas de cada um dos acusados na presença destes, dos promotores, advogados, testemunhas e jornalistas. Confira quais são as penas impostas a cada um dos réus.

Leandro Boldrini

A pena total foi fixada em 33 anos e 8 meses, sendo 30 anos e 8 meses por homicídio, 2 anos por ocultação de cadáver e 1 ano por falsidade ideológica. No entanto, como está há 4 anos e 11 meses preso preventivamente, a pena será descontada.

Graciele Ugulini

Condenada. Pena imputada de 34 anos e 7 meses de prisão, sendo: 32 anos e 8 meses por homicídio e 1 ano e 11 meses por ocultação de cadáver. No entanto, como está há 4 anos 11 meses presa preventivamente, a pena será descontada.

Edelvânia Wirganovicz

Sentenciada a 23 anos de prisão, sendo 21 anos e 4 meses pelo homicídio e 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. No entanto, como está há 4 anos 11 meses presa preventivamente, a pena será descontada.

Evandro Wirganovicz

Condenado há 9 anos e seis meses. São 8 anos por homicídio simples e 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. Como já está há 4 anos e 11 meses preso, pode requerer a continuidade da pena em regime semiaberto.

Como foi o crime, de acordo com o MP

Conforme denúncia do MP-RS, o crime ocorreu em 4 de abril de 2014, quando o menino Bernardo Uglioni Boldrini desapareceu, em Três Passos. O corpo da criança, na época com 11 anos de idade, foi encontrado 10 dias depois, em uma cova, à beira de um riacho em Frederico Westphalen.

As investigações rapidamente apontaram suspeitos. O pai de Bernardo, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz foram apontados pela polícia pela morte, ocultação do cadáver e mentiras realizadas durante a investigação. Por conta disso, respondem pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica.

O processo na semana

A decisão desta sexta é fruto de uma semana intenso trabalho tanto da acusação e da defesa. Na segunda-feira (11), foram escolhidos os jurados que participaram da sentença dos réus. Na parte da tarde, foram ouvidas as primeiras testemunhas.

As oitivas prosseguiram até a quarta à tarde. Leandro Boldrini foi o primeiro réu a ser inquirido. Os depoimentos prosseguiram durante a manhã e início da tarde de ontem (14). Após isso, ocorreram os debates entre acusação e defesa. Réplica e tréplica foram durante a manhã e início da tarde de hoje.