Carta de suicídio da mãe de Bernardo foi forjada, afirma novo laudo

Uma reportagem que será veiculada amanhã no programa “Fantástico”, da TV Globo, traz a informação que uma nova análise da carta de suicídio que a mãe do menino Bernardo Boldrini, Odilaine Uglione, teria escrito em 2010 foi forjada (leia abaixo). Segundo um breve texto publicado no site do programa, o novo laudo “pode mudar o que se sabia sobre a família do garoto”. A morte do menino Bernardo, 11, completa um ano no dia 14 de abril.
Conforme a polícia, Odilaine teria cometido suicídio dentro do consultório do pai de Bernardo, o médico Leandro Boldrini, no dia 10 de fevereiro de 2010. No inquérito policial, consta que ela comprou um revólver calibre 38 pouco antes de ir à clinica.
Além disso, também há o registro de um bilhete em que a secretária do médico, Andressa Wagner, entregaria ao patrão, alertando sobre a chegada de Odilaine. O processo conta com depoimentos de testemunhas que estavam na sala de espera no dia da morte e com documentos referentes a uma possível divisão da pensão a ser paga após o processo de separação do casal.
Já a defesa da família Uglione alega que houve falhas na investigação da morte da mãe de Bernardo, entre as principais, estão divergências quanto ao exato local da lesão no crânio de Odilaine; existência de lesões no antebraço direito e lábio inferior da vítima; lesões em Leandro Boldrini; vestígios de pólvora na mão esquerda da vítima, que era destra; ausência de exame pericial em Boldrini, assinatura fraudada em uma carta deixada pela mãe de Bernardo e a própria morte do garoto, que configuraria um fato novo.
Leia a íntegra da carta que supostamente foi forjada:

Eu Odilaine Uglione, lúcida e consciente dos meus atos venho por meio desta carta esclarecer os motivos que me levaram a tomar esta atitude. Meu pai faleceu, minha mãe tem diversas doenças cardíacas graves que podem matá-la a qualquer momento; não tenho irmãos. Sou sozinha. Casei com o Leandro com 21 anos, éramos pobres mesmo. Levamos 10 anos para adquirir o que temos.
Na sexta-feira, dia 4/2, eu fiquei com medo de dormir sozinha e fui dormir com meu marido no hospital onde ele fazia plantão. Dormimos, namoramos, ele disse que me amava e me admirava e que nunca iria me abandonar. No domingo eu lhe pedi que largasse o plantão, pois eu tinha medo de dormir sozinha. Ele, então, pediu a separação. Perdi meu chão.
Depois de 11 anos vivendo exclusivamente para minha família. Leandro, tu destruiu a minha família, meus sonhos, minha vida. O que é uma pessoa sem família? Eu cresci sem pai e não queria que meu filho passasse por isso… Já que me foi tirada minha família, que eu tanto sonhei em construir… prefiro partir… do que ver meu filho nas mãos de outras mulheres, meu amor em outros braços. Sem minha família não fico.
Peço, Leandro, que cuide bem do nosso filho, eu estarei sempre ao lado dele. Não precisas mais advogados pra ti ficar (sic) com a casa, carro, moto como tu queria. Fique com tudo e faça bom proveito. Já que isso é + importante que a família. Amo minha mãe sobretudo. Amo a Clarrisa e sua família. Cuidem bem do Bê!!!
*Favor cuidar meus tão amados animais até o fim da vida deles. Pois eles foram meus grandes companheiros. Fiquem com Deus.
Odilaine Uglione
09/02/2010