Após o novo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmar que dará continuidade ao processo de privatização da Eletrobras, o presidente da empresa, Wilson Ferreira Jr., defendeu a medida, afirmando que é necessária para que a companhia volte a receber investimentos. A retomada do processo de privatização da Eletrobras foi anunciada por Bento Albuquerque em discurso na cerimônia em que recebeu o cargo do ex-ministro Moreira Franco.
“O processo de capitalização é necessário; o próximo passo da Eletrobras é o da capitalização”, disse Wilson Ferreira Jr., informando que o novo ministro o convidou para continuar à frente da Eletrobras.
Ele acrescentou que ainda não conversou com Albuquerque sobre a modelagem final do projeto de privatização. Em janeiro do ano passado, o então presidente da República, Michel Temer, encaminhou ao Congresso Nacional um projeto segundo o qual a privatização da empresa se daria por um processo de capitalização, até que as ações da União fossem pulverizadas e esta se tornasse sócia minoritária da empresa.
“O projeto que está em curso é formar uma corporação com capital pulverizado, com limite de concentração de ações. O que é certo é que é necessário um processo de capitalização”, afirmou.
Angra 3
Ferreira Jr disse ainda que o aceno do ministro de retomar as obras da usina nuclear de Angra 3 é uma pauta importante para o governo. Para ele, o fato de o ministro ter conhecimento do tema pode ter pesado na decisão.
Antes de ser indicado para o ministério, Bento Albuquerque foi diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, órgão que comanda o Programa de Desenvolvimento de Submarinos e o Programa Nuclear da Marinha.
Com cerca de 60% de execução, as obras de Angra 3 estão paradas há três anos. No fim do ano passado, a Eletrobras anunciou que pretende investir R$ 12 bilhões para terminar a construção de Angra 3. O anúncio consta do plano de investimentos da empresa para o período de 2019 a 2023.