Caminhoneiros vão à Brasília pedir frete mínimo e mantêm bloqueios nas estradas

Representantes do movimento de caminhoneiros que há vários dias bloqueia as rodovias de pelo menos seis estados se reúnem nesta terça-feira com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e com integrantes da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) para pedir a criação de um valor de frete mínimo para a categoria.
A criação do frete mínimo é uma das principais reivindicações dos caminhoneiros, que iniciaram os protestos devido à alta do preço dos combustíveis e os valores dos fretes, considerados baixos pela categoria. “Hoje, a nossa margem de lucro é zero: ou você sustenta a sua família ou você sustenta o caminhão na estrada – você tem que escolher. Nós viemos tentar uma negociação com o governo para que ele assuma um compromisso efetivo e oficial para que possamos iniciar as tratativas da criação do frete mínimo”, disse Ivar Luiz Schmidt, um dos representantes do movimento.
Segundo Schmidt, os caminhoneiros defendem como solução ideal a suspensão no aumento do óleo diesel por, pelo menos, sessenta dias, até a apresentação de um proposta de criação do frete mínimo. “Ao longo desses dez anos cada aumento do preço do óleo representou redução na nossa margem liquida. Não tem mais para onde ir, temos que negociar”, disse.
“A partir do momento em que se chegou ao fundo do poço e não tem mais para onde cavar, não tem mais para onde ir. Ou se resolve a situação ou mantemos a paralisação e podemos sinalizar até um aumento para outros estados”, afirmou o caminhoneiro, que disse aguardar uma sinalização do ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto para tratar da questão e chegar a um acordo para encerrar os protestos.
De acordo com o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), integrante da FPA, a reunião com os parlamentares se justifica devido ao fato de o agronegócio ser um dos setores mais afetados pela paralisação. “É um movimento significativo, crescente. Nosso papel é abrir essa agenda para encontrar medidas que possam ser aceitas pelo segmento e pelo governo”, explicou o deputado que criticou ainda a decisão da Advocacia-Geral da União (AGU) de entrar na Justiça Federal com um pedido de liberação das rodovias bloqueadas. “Não é esse o caminho”, disse.