O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez foi comemorado hoje (10) com uma caminhada na Praia de Copacabana, organizada pelo projeto Surdos que Ouvem. O evento teve por objetivo promover a inclusão e o debate sobre a diversidade existente na deficiência auditiva.
Segundo a fundadora do Surdos que Ouvem, Paula Pfeifer, a ideia é conscientizar sobre a variedade de graus que existem dentro da surdez e a necessidade de falar em prevenção. “Os índices da abrangência da deficiência auditiva são alarmantes e precisamos falar sobre isso”.
Paula citou dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) segundo os quais 466 milhões de pessoas em todo o globo têm deficiência auditiva de grau incapacitante. As projeções da OMS indicam expansão desse número nos próximos anos, atingindo 630 milhões de pessoas, em 2030, e 900 milhões, em 2050.
“O Brasil já é o sexto país entre os 12 mais populosos do mundo com mais deficientes auditivos. Pulamos de 10 milhões de surdos, em 2008, para 13 milhões, em 2018”, informou Paula. Revelou que o surdo não é somente aquele que não ouve nada. A surdez tem graus: leve, moderado, severo e profundo. Todos são passíveis de tratamento e reabilitação, disse Paula, que perdeu a audição quando adolescente e, graças à tecnologia, voltou a ouvir.
Escritora, palestrante e residente no Facebook Community Leadership Program, iniciativa global que capacita líderes de todo o mundo que estão construindo comunidades por meio de aplicativos e serviços do Facebook, Paula Pfeifer fez dois implantes cocleares que permitem que ela ouça os sons e as palavras. “Não existe cura para a surdez ainda, mas meus implantes cocleares, enquanto estão ligados, me permitem ouvir tudo”.
A caminhada de hoje serviu para mostrar à população surda e a toda a sociedade o que a tecnologia é capaz de fazer pelas pessoas surdas hoje. Para Paula, tecnologia é qualidade de vida e independência.