INFESTAÇÃO DO MOSQUITO

Calor e chuvas exigem mais cuidados com a dengue no RS

Com 281 mortes registradas e mais de 205 mil casos em 2024, autoridades e especialistas alertam para cuidados no combate ao mosquito Aedes aegypti no Rio Grande do Sul.

Pessoa segurando um pneu enquanto água escorre dele em um local com outros pneus descartados. Situação é propícia a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, que causa da dengue.
Fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água, mesmo que em pequenas quantidades. Crédito: Alina Souza / arquivo / Palacio Piratini

O Rio Grande do Sul se aproxima do período de verão, onde o calor é intenso e as chuvas esporádicas. Fatores que facilitam a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, causador de doenças como a dengue, a febre Chikungunya e Zika.

No RS, de 1° de janeiro até 29 de novembro, houve 298.804 notificações e 205.050 casos confirmados de dengue. O Estado registra 281 mortes pela doença, conforme dados da Secretaria Estadual da Saúde.

Dos 497 municípios do RS, quase a totalidade – 471 cidades – enfrentam infestação do Aedes Aegypti. Dez anos atrás – ou seja, em 2014 – eram apenas 118 municípios com a presença do mosquito.

Conforme a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, as medidas de prevenção devem ser reforçadas no verão. O calor nesta época do ano aumenta a circulação e atividade do mosquito. O uso de roupas que deixam mais áreas do corpo expostas também “ajuda” para que mais casos ocorram registrados nesta época do ano.

Especialistas destacam a importância de identificar os sintomas da doença. “A dengue pode causar febre alta, dores musculares, dores de cabeça, erupções cutâneas e fadiga”, elenca Andressa Telles Borges, coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera.

“É fundamental buscar assistência médica ao menor sinal dos sintomas para garantir diagnóstico e tratamento adequados”, alerta. Sintomas respiratórios como congestão nasal e tosse são mais comuns na Covid-19 e não nas arboviroses Arboviroses (doenças causadas pelos arbovírus, transmitidas por insetos e aracnídeos).

Aedes Aegypti

De acordo com especialistas, o Aedes aegypti se tornou um mosquito doméstico. Ele tem, em média, menos de 1 centímetro de tamanho, é escuro e com riscos brancos nas patas, cabeça e corpo.

Ele hábitos diurnos, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. Mas apenas a fêmea se alimenta basicamente de sangue humano. A reprodução acontece em água parada (limpa ou suja), onde os ovos são depositados.

Sintomas da dengue

Entre os principais sintomas da dengue estão:

  • Febre alta;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Dores musculares e articulares;
  • Manchas vermelhas na pele (exantema);
  • Náuseas e vômitos;
  • Fadiga e cansaço excessivo;
  • Sangramentos em casos graves.

Cuidados para o tratamento

Para enfrentar a dengue, são recomendadas as seguintes medidas:

  • Hidratação: Beber bastante água ou soro de reidratação oral para evitar desidratação.
  • Controle de febre e dor: Usar paracetamol ou dipirona apenas sob orientação médica. Evitar anti-inflamatórios, como ibuprofeno, que aumentam o risco de sangramentos.
  • Acompanhamento médico: Casos graves, como dengue hemorrágica, podem exigir internação e cuidados intensivos.
  • Evitar automedicação: Medicamentos devem ser prescritos por profissionais de saúde. Não se automedique!
  • Repouso: O corpo precisa de descanso para combater o vírus.

Como prevenir a dengue

Para evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, especialistas recomendam:

  • Eliminar água parada: Esvaziar recipientes como pneus, garrafas e baldes, manter calhas limpas e evitar vazamentos.
  • Instalar telas de proteção: Usar telas em janelas e portas para impedir a entrada do mosquito em imóveis.
  • Manter piscinas limpas: Tratar a água regularmente com produtos químicos adequados.
  • Participar de campanhas de prevenção: Apoiar ações promovidas por governos e organizações locais para o combate da dengue. Realizar denúncias de terrenos baldios que não tenham cuidado e possam acumular água parada.