Brexit provoca "sexta-feira negra" nos mercados internacionais

A decisão do Reino Unido de sair da União Europeia gerou forte instabilidade nos mercados asiáticos e europeus nesta sexta-feira, com algumas Bolsas chegando a cair mais de 10% e a libra esterlina registrando sua pior cotação frente ao dólar desde 1985. O motivo é o temor de que a decisão possa atingir investimentos na quinta maior economia do mundo, ameaçar o papel de Londres como capital financeira global e gerar meses de incertezas políticas.
Em Atenas, um dos países europeus mais afetados pela crise econômica, a Bolsa registrava queda de 15%. “Dá medo, nunca vi algo assim”, disse James Butterfill, chefe de análise e investimentos da ETF Securities, em Londres.
Mais cedo, os mercados asiáticos foram dominados pelo pânico. A Bolsa de Tóquio encerrou o dia com uma queda de 7,92%, e Hong Kong caiu cerca de 2,92%. Por volta da 0h15 de Brasília, a libra esterlina era cotada a US$ 1,3466, seu nível mais baixo em relação à moeda americana desde 1985. Minutos depois, caía a US$ 1,33.

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O dólar subia quase 1,5 por cento ante o real nesta sexta-feira após o Reino Unido votar por deixar a União Europeia, mas a pressão era limitada pela perspectiva de que bancos centrais possam tomar medidas para oferecer segurança ao mercado, tanto no exterior quanto no Brasil. A moeda norte-americana chegou a 3,45 reais na máxima da sessão, alta de 3,1% e equivalente a mais de 10 centavos.
Às 12h, o índice Bovespa caía cerca de 3,5%. Em nota, o Banco Central brasileiro destacou que está monitorando os mercados financeiros após o referendo e que, caso necessário, “adotará as medidas adequadas para manter o funcionamento normal dos mercados financeiro e cambial”. O BC tem atuado muito pouco nos mercados cambiais nas últimas semanas, realizando apenas dois leilões de linha para rolagem desde 19 de maio.