O central Lucas Rangel, primeiro jogador brasileiro de vôlei a voltar às quadras europeias após a paralisação por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19), volta a atuar na próxima quinta (9) na Grécia com o Panathinaikos para a primeira partida da série melhor de três decisiva do campeonato local contra o Olympiakos.
Nascido em Belo Horizonte, o atleta colaborou para que a equipe chegasse à final depois de superar o Paok por dois jogos a um na semifinal, etapa na qual o campeonato retornou após mais de 90 dias de interrupção forçada pela covid-19. “Ficamos parados por três meses. Tudo fechado mesmo. Só era possível fazer abdominais e exercícios em casa. Foi difícil, pois perdemos o condicionamento aeróbico. No segundo mês da pandemia, para sair de casa por no máximo uma hora, era preciso enviar uma mensagem para um número de telefone para receber a autorização. Muitos policiais estavam pelas ruas, em todos os lados, parando todo mundo e verificando as mensagens. Se a pessoa não tivesse enviado, pagava multa de 300 euros”, diz o jogador à Agência Brasil.
Segundo Lucas, esta situação começou a mudar há aproximadamente um mês: “A Grécia vive 'normalmente' desde meados de junho. Apenas funcionários em mercados e lojas de comida usam máscara. Aos poucos, a vida está voltando ao normal. As fronteiras estão abertas para alguns países. Mas qualquer indivíduo que chega na Grécia passa pelo teste do corona e tem que esperar o resultado em um hotel por 24 horas. Se estiver com o vírus, volta para o país de origem”.
No pós-pandemia, o brasileiro lamenta que o tempo de preparação tenha sido muito curto para a retomada dos jogos: “Foi um mês muito corrido. Muitos cuidados para não nos lesionarmos. Há uma semana voltamos a jogar. Sempre com os ginásios vazios, sem público. Como nosso time conta muito com o apoio da torcida, sentimos demais. Foi como se estivéssemos com um jogador a menos, tanto que perdemos a primeira partida. Mas, graças a Deus, conseguimos a recuperação e colocamos a equipe de volta na final depois de 11 anos”.
O central diz que a expectativa para os confrontos decisivos é a mesma: “Ginásio vazio. Todos os jogadores testados. Rede e bolas higienizadas nos intervalos com álcool. Nos bancos de reserva, os atletas devem deixar uma assento vago”.
Aos 29 anos, o brasileiro está na terceira temporada no país europeu. O primeiro time dele na Grécia foi o Paok, na temporada 2014/2015. Em 2016/2017 ele passou pelo Panathinaikos. E voltou para o clube nessa temporada após jogar na França e na Romênia.