Brasil volta a ter a maior taxa básica de juros do mundo

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiu ontem elevar a taxa básica de juros – a taxa Selic – da economia, que passou de 12,25% para 12,75% ao ano. Com o aumento de 0,5 ponto percentual, a taxa retorna ao patamar de janeiro de 2009.
Em comunicado, o Copom reconheceu que decidiu intensificar o ajuste monetário para conter a inflação. “Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual para 12,75% ao ano, sem viés”.
A Selic serve de referência para as demais taxas de juros, e, no início da semana, a expectativa de analistas e investidores do mercado financeiro já era de elevação do índice para 12,75% ao ano. A expectativa do mercado foi divulgada pelo Banco Central segunda-feira, no boletim Focus.
Conforme dados do site MoneyYou e da consultoria Up Trend, no ranking de juros reais – onde os percentuais são comparados com a inflação projetada para os próximos 12 meses – o Brasil tem uma taxa de 5,28%, na frente da China (3,18%), Índia (3,17%), Taiwan (1,47%), Filipinas (0,97%) e Indonésia (0,94%).
O Banco Central tem na Selic um dos instrumentos para manter a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), dentro da meta estabelecida pela equipe econômica. De acordo com o Conselho Monetário Nacional, o centro da meta de inflação corresponde a 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais para baixo (2,5% – piso da meta) e para cima (6,5% – teto da meta).
Embora a taxa básica ajude no controle dos preços, sua elevação também pode prejudicar o reaquecimento da economia, pois o crédito fica mais caro. De acordo com o boletim Focus desta semana, o mercado financeiro prevê, para 2015, PIB com retração de 0,58% e Selic em 13% ao ano.