Pesquisadores, representantes de agências de fomento do ensino superior e órgãos de governo estão reunidos em Londres para tratar da internacionalização das universidades brasileiras e inglesas. São representantes do Brasil e do Reino Unido que compartilham as melhores práticas e discutem as melhores formas de estabelecer parcerias internacionais.
É o seminário UK-BR sobre internacionalização e políticas linguísticas na educação superior. “A qualidade é o grande tema”, diz a gerente sênior de Educação Superior e Ciência no British Council no Brasil ,Vera Regina Oliveira. Segundo ela, a internacionalização, que pode ser via intercâmbio de estudantes e professores, via presença de professores estrangeiros na instituição de ensino, ou mesmo por meio de pesquisas desenvolvidas com parceiros de outros países, mesmo que à distância, traz vários efeitos positivos para as instituições de ensino superior.
“Quando você faz uma pesquisa internacional seu impacto de pesquisa aumenta, você é citado mais vezes, você se insere em outros grupos. A sua pesquisa fica mais rica, vira uma pesquisa de maior qualidade quando é feita em cooperação estrangeira. Você adquire outras perspectivas”, explica.
De acordo com o Universities UK, organização que representa 136 universidades na Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, o Reino Unido é o segundo destino preferido entre estudantes estrangeiros, fica atrás apenas dos Estados Unidos.
O Brasil não faz parte dos top 10 mais procurados por estudantes de todo o mundo, mas o país têm avançado aos poucos. De acordo com dados copilados em 2018 pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foram publicados 56.396 trabalhos científicos com autores sediados no Brasil. Desses, 21.506, o equivalente a 38%, incluíam coautores de outros países.
A maioria das universidades brasileiras se situa na faixa entre 30% e 45% nesse indicador. A exceção é a Universidade Federal do ABC (UFABC), que atinge 58%. Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de Brasília (UnB) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) apresentam índices acima de 40%.
O seminário é uma iniciativa do programa Universidades para o Mundo, criado para favorecer a cooperação entre instituições brasileiras e britânicas. O programa enfoca temas com os quais o setor de educação superior tem se confrontado enquanto avança no processo de internacionalização no Brasil. O Universidades para o Mundo é uma iniciativa do British Council, organização internacional do Reino Unidos para relações culturais e oportunidades educacionais.
O seminário, que começou hoje (27), segue até amanhã (28). A programação da delegação brasileira inclui ainda visitas à instituições de ensino superior britânicas nos dias 29 e 30.
* A repórter viajou a convite do British Council