Bolsonaro: designação do Brasil como aliado extra-Otan é “bem-vinda"

O presidente Jair Bolsonaro comentou hoje (1º) o anúncio da designação oficial do Brasil como aliado militar preferencial do país fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Segundo ele, o assunto foi tratado com o presidente Donald Trump durante sua visita aos Estados Unidos em março.

“É bem-vinda nossa participação como grande C extra-Otan, que facilita muitas coisas. O mais importante é questão de defesa, compra de armamento, algumas tecnologias. Alguma coisa sempre interessa pra gente. Como regra, um país da Otan uma vez agredido, todo mundo está junto”, disse Bolsonaro nesta manhã, ao deixar o Palácio da Alvorada.

Com o anúncio, feito na noite de ontem (31), o Brasil se torna o segundo país da América Latina, depois da Argentina, a receber o status especial, que permitirá aprofundar a cooperação militar bilateral. Além deles, outros 16 países já foram declarados aliados extra-Otan pelo governo americano.

Trump havia indicado que pretendia nomear o Brasil como aliado preferencial extra-Otan quando o presidente Jair Bolsonaro visitou a Casa Branca em março.

O status dá ao Brasil o direito de tornar-se comprador preferencial de equipamentos e tecnologias militares dos Estados Unidos, além de participar de leilões organizados pelo Pentágono. A medida também abre caminho para a colaboração no desenvolvimento de soluções de defesa e o aumento dos intercâmbios militares e a realização de manobras conjuntas entre as Forças Armadas dos dois países.

Itamaraty

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores disse que a classificação estabelece um arcabouço de cooperação de longo prazo com os Estados Unidos, facilitando o acesso a produtos de defesa para equipar as Forças Armadas e a cooperação de forma preferencial e estratégica com o país norte-americano.

“A designação deverá favorecer o aprofundamento das relações bilaterais em defesa, fortalecendo a aproximação já em curso entre o Ministério de Defesa brasileiro e o Departamento de Defesa dos EUA, particularmente no que tange ao acesso e desenvolvimento conjunto de tecnologias e projetos e a uma maior integração da cadeia produtiva das bases industriais de defesa nos dois países”, informa o Itamaraty.