Bloqueios nas estradas causam crise na produção de derivados do leite

Da redação, com agências


O Sindilat-RS (Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado) entrou hoje na Justiça pedindo a liberação de trechos em sete rodovias, por onde a produção de leite e laticínios, que é perecível, escoa. As ações foram ajuizadas em Palmeira das Missões, Santa Rosa, Carazinho, Pelotas, Santo Ângelo e Santa Maria.
O sindicato afirmou nesta terça-feira que ficou ainda mais difícil recolher leite das propriedades rurais e dos postos de resfriamento. Segundo as indústrias, os caminhões não estão conseguindo acessar os pontos de coleta desde segunda (23), provocando acúmulo de matéria-prima, que é perecível e tem de ser mantida sob refrigeração, em posse dos produtores.
Conforme o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, diz que há indústrias sendo forçadas a praticamente parar suas atividades por causa do problema. “A situação nos preocupa muito e queremos uma solução urgente. Que o governo ache a solução com os manifestantes”, afirmou.
Segundo Guerra, há caso de indústria com até 80% de ociosidade, que deveriam receber um milhão de litros de leite para processar e estão recebendo apenas 200 mil litros. O Rio Grande do Sul industrializa, em média, 13 milhões de litros de leite por dia. Caso o bloqueio continue, em um ou dois dias faltará produto no mercado.
Frigoríficos parados 
Em Santa Rosa, no Noroeste do estado, o maior frigorífico de suínos do estado suspendeu as atividades nesta manhã e 3 mil animais deixarão de ser abatidos.Os suínos não podem ser recolhidos nas propriedades, enquanto as carretas e contêineres que retiram os produtos para exportação também não conseguem chegar até a unidade.
Supermercados sem produtos em 48h
A situação preocupa também os supermercados. Segundo o presidente da Agas (Associação Gaúcha de Supermercados), Antônio Cesar Longo, se a circulação não for normalizada em breve, pode começar a faltar alguns produtos nas prateleiras nos próximos dias.
“A gente acha que o movimento dos caminhoneiros é justo, mas se continuar assim, em 48 horas a linha de frutas, verduras e laticínios será a primeira a ser afetada, principalmente nos grandes centros, como a Região Metropolitana de Porto Alegre. A sessão de carnes também”, afirma o presidente da Agas.