Cotidiano

Após um mau início, Palacios reaparece como opção para Diego Aguirre

O chileno vem jogando melhor de forma centralizada

O chileno Palacios chegou ao Inter no início do ano como uma contratação que não só vinha para dar acréscimo ao elenco, mas também como uma espécie de anúncio de um novo modelo – o Inter partiria não mais em busca de medalhões, mas sim de uma renovação. Não só para dar mais gás. A ideia era trazer um jogador com potencial de revenda a partir de um investimento inicial relativamente baixo.

No início, não funcionou. Miguel Ángel Ramírez começou utilizando Palacios pelo lado em seu modelo posicional. O chileno não se adaptou. Não tinha a característica aguda para a função e acabou sucumbindo, como muitos outros, ao planejamento inicial da atual direção colorada.

Em uma entrevista após uma partida, à época, Ramírez foi perguntado sobre as dificuldades do recém chegado. O espanhol respondeu que o jogador enfrentava problemas extracampo, relacionados a sua família que ficara no Chile.

Ramírez acabou saindo e Palacios ficou. Nesse meio tempo, o Inter colocou seu setor de serviço social, através da coordenadora Patrícia Vasconcellos, à disposição do jogador. Com esse trabalho, o chileno hoje se sente mais em casa e, consequentemente, foi possível seu melhor desempenho.

O trabalho social do Inter foi destacado pelo técnico Diego Aguirre na coletiva pós-jogo contra o Athletico-PR. “Não fui eu, foi o clube, que deu carinho. Fizeram ele se sentir como uma família”, disse. E salientou que “ houve dificuldades de idioma e de adaptação social, mas que o importante é que o Inter teve paciência”, concluiu.

Dentro de campo

Mas não foi só isso. Outro fator importante foi a percepção de que Palacios se sai melhor melhor jogando mais centralizado. Foi assim sua melhor atuação na época de Ramírez, quando jogou flutuando atrás do meio-campo gremista na final do Gauchão, na Arena.

Contra o Juventude, novamente dessa maneira, Palacios voltou a jogar bem. Na partida contra o Athletico-PR, a confirmação. Segundo o SofaScore, ele pegou 36 vezes na bola, nos 78 minutos em que esteve em campo. Seu mapa de movimentação mostra uma boa circulação por boa parte do campo de ataque. Ele também chutou quatro vezes a gol e teve dois passes decisivos, um deles o do primeiro gol de Edenilson.

No entanto, de certa forma relativizando a constatação de que Palacios é melhor pelo meio, Aguirre elogiou o chileno na coletiva após o jogo contra o furacão, e disse que conta com ele não só para a função que hoje é de Taison. “Palacios é uma opção muito boa, fico muito feliz por ele. Ele pode jogar aí onde jogou (centralizado), pode jogar por fora. Ele dá muitas opções, pela direita, pela esquerda, por dentro. Hoje jogou muito bem no lugar de Taison e acho que ganhamos uma opção muito importante. Este é o Palacios que o Inter foi buscar no Chile”, destacou o técnico uruguaio.

Para o jogo contra o Cuiabá

Taison seguirá fora contra o Cuiabá, amanhã (17), na Arena Pantanal, às 19h. Se Aguirre basear sua escolha no que foi apresentado nos últimos jogos, é provável que o preferido para a função seja novamente Palacios, em detrimento de Maurício, que até pouco tempo era o reserva imediato do camisa 10 colorado.