Marte sempre foi visto como um planeta desolado, seco, mas essa visão acaba de mudar com uma descoberta anunciada nesta segunda-feira. Um estudo, publicado na revista científica “Nature Geoscience”, aponta para sinais definitivos de água líquida na superfície do planeta vermelho, o que alimenta as especulações de que seria possível a existência de vida extraterrestre.
Já era sabido que Marte já foi inundado por rios, lagos e até mesmo oceanos há alguns bilhões de anos, assim como já foi detectada a presença de água congelada em calotas polares, mas essa é a primeira evidência da presença de água em estado líquido.
Os estudos começaram em 2011, após a descoberta de estrias escuras descendentes ao longo de encostas de crateras, cânions e montanhas em imagens captadas pela Mars Reconnaissance Orbiter. As marcas surgiam no verão, e desapareciam durante o inverno, quando as temperaturas em mais baixas, para reaparecerem no ano seguinte.
Os cientistas suspeitavam que a água exercia papel principal no fenômeno, da mesma forma que o concreto se escurece quando molhado, sem mudanças no formato da superfície, e depois retorna à cor original quando seca. Mas isso era apenas especulação.
“Nós não tínhamos nenhuma prova, era apenas a nossa melhor suposição”, disse McEwen, durante coletiva realizada pela Nasa. Para validar a teoria, uma equipe de cientistas liderada por Lujendra Ojha, candidato a Ph.D no Instituto de Tecnologia da Georgia, buscou subsídios em outros instrumentos a bordo da Mars Reconnaissance Orbiter.
Com o espectrômetro, foi possível identificar tipos de moléculas e descobrir esses sais hidratados em quatro locais diferentes do planeta. E, assim como na análise das imagens, esses sais desapareciam dependendo da estação.
Cotidiano