Em protesto contra a proposta de mudança na escala de trabalho de 24 horas dos agentes penitenciários, os funcionários da Susepe (Superintendência de Serviços Penitenciários) suspenderam as visitas na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas, na Região Carbonífera.
Sindicalistas da Amapergs (Associação dos Monitores, Agentes e Auxiliares Penitenciários do Rio Grande do Sul) bloquearam o acesso à casa prisional durante um protesto na manhã deste sábado (17). Revoltados, os detentos atearam fogo em colchões no pátio do módulo 1 da penitenciária.
Os agentes penitenciários realizaram uma barricada na via de acesso ao complexo prisional, com queima de pneus e madeiras, para impedir a entrada de familiares dos presos. Cerca de 50 servidores realizaram a manifestação, que iniciou às 2h e seguiu até próximo das 10h.
Segundo a Amapergs, a alteração do regime de plantão causará rebeliões nos presídios. O número de revistas dentro das cadeias passará, por exemplo, de apenas uma por dia para três, o que poderia gerar descontentamento dos presos e problemas nas visitas.
Segundo o vice-presidente da Amapergs, Cláudio Fernandes, o protesto ocorreu para mostrar os riscos do PLC 245: “A insatisfação não é só dos agentes. Os presos não vão aceitar serem retirados às 23h para revista. Esse procedimento vai causar revolta. Hoje é prova disso. Queremos mostrar que o Governo está errado”, afirmou o sindicalista.
Em nota, a Susepe confirmou a mobilização dos servidores, mas negou que houve queima de colchões no pátio do presídio. O texto também informou que a situação está normalizada e se restringiu apenas à região de Charqueadas.
A Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas tem capacidade de engenharia para 976 presos, entretanto 1.301 presos estão no local, que está superlotado.