Adolescentes infratores da Unidade de Internação Dom Bosco, na Ilha do Governador, zona norte do Rio, iniciaram na noite deste domingo (27) uma briga entre eles, sem motivo aparente, segundo informou o Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase).
De acordo com o Degase, foi acionado o apoio do Grupamento de Ações Rápidas, mas, ao entrarem na galeria, os agentes foram recebidos com arremesso de motores de ventilador e materiais contundentes. Ninguém se feriu e não houve fuga. A Polícia Militar também foi acionada para reforçar a segurança e evitar fuga em massa. Os agentes do Degase chegaram a ser ameaçados de morte pelos internos durante a rebelião. Ao todo, são 10 agentes para tomar conta de 341 detentos.
Quatro adolescentes e 10 maiores de idade envolvidos no confronto foram conduzidos para a delegacia policial do bairro de Bonsucesso, onde foi registrada a ocorrência. Os maiores, se configurado o crime de dano qualificado, serão transferidos para o sistema prisional do estado.
Os dois adolescentes que exerceram liderança sobre os demais e iniciaram o tumulto foram transferidos na manhã desta segunda-feira (28) para a unidade de internação do Degase de Volta Redonda, no sul do Estado.
O Degase é administrado pela Secretaria de Estado de Educação e tem 25 unidades – nove em regime fechado e 16 em regime semiaberto. Hoje, existem cerca de 1.500 agentes, mas estima-se que um quarto do quadro efetivo esteja vago e que haveria necessita de concurso público ou do uso do quadro de reservas do último concurso.
Assembleia
Depois de inúmeras tentativas de atender as principais demandas dos servidores do Degase, o sindicato dos servidores da categoria convocou uma assembleia geral para quinta-feira (31), às 17h, na Ilha do Governador, quando será avaliada a possibilidade de paralisação.
Segundo o presidente do Sind-Degase, João Rodrigues, não foi realizado um encontro marcado para o último dia 21 na Secretaria de Governança e Casa Civil, no qual seriam tratadas questões como porte de arma para os agentes, concurso público e progressão funcional. Rodrigues disse que, depois de uma espera de mais de três horas, a diretoria do sindicato não foi recebida pelo secretário André Moura.
“Além de não termos tido a reunião com o secretário, fomos recebidos pelo chefe de gabinete, Cássio Rodrigues, mas saímos de lá com a única resposta de que o secretário da Casa Civil despacharia com o secretário de Educação, Pedro Fernandes. Havia um compromisso de campanha do governador, e só pedimos o que foi acordado e que já é lei”, lembrou Rodrigues. “Não estão nos levando a sério. Agora vamos deliberar sobre a greve”, acrescentou o sindicalista.