A população carioca e os visitantes do Rio de Janeiro vão fazer um abraço simbólico na Lagoa Rodrigo de Freitas no próximo dia 5 de janeiro. A concentração será às 9h, nos pedalinhos da Lagoa, e marcará o compromisso da sociedade de agir em prol da preservação e melhoria do meio ambiente local.
“É um abraço à Lagoa Rodrigo de Freitas, mas que também abraça tanto as lagoas de Niterói, como as lagoas da Baixada de Jacarepaguá”, explica o biólogo Mário Moscatelli, organizador do movimento. O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e o prefeito carioca, Marcelo Crivella, também foram convidados.
Garis da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) recolheram quase 90 toneladas de peixes que desde o dia 20 deste mês apareceram mortos na Lagoa Rodrigo de Freitas. Em quatro dias de trabalho, a Comlurb mobilizou na limpeza 662 profissionais, sendo 601 garis e 61 agentes de limpeza urbana. O trabalho contou com o uso de quatro catamarãs para recolher os peixes mortos que boiavam no espelho d´água.
Na avaliação de Mário Moscatelli, uma soma de fatores foi responsável pela recente mortandade de peixe na Lagoa, dos quais dois são protagonistas antigos: a falta de troca de água do Canal do Jardim de Alah, que está completamente entupido debaixo da Avenida Delfim Moreira, e o lançamento de esgoto na Lagoa.
A isso se somou o efeito de um “maçarico de calor”, afirmou. “Além de combater os problemas ambientais do século passado, que são o esgoto e o entupimento do canal, a gente precisa modernizar a gestão da Lagoa Rodrigo de Freitas diante desse novo quadro climático”.
O ambientalista lembrou que em 2000, os abraços dados pelos moradores do Rio na Lagoa Rodrigo de Freitas tiveram resultado significativo, que foi a melhora das condições das águas naquele cartão-postal do Rio de Janeiro, a partir de 2005, realizada pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), por meio de articulação com a promotora do Ministério Público do Estado, Rosani Cunha, atual desembargadora.
Segundo Moscatelli, as promessas para a recuperação da Lagoa não têm sido cumpridas. “O tempo passa, as olimpíadas passam, e todas as promessas que têm sido feitas para recuperação dessas lagoas, de forma permanente, estão ficando no imaginário. Porque, efetivamente, a gente não consegue resolver de forma definitiva os velhos problemas de sempre”, diz.