Pode ser miragem no deserto do Sinai, mas ao avistá-la, o premiê israelense Benjamin Netanyahu cancelou o voo de 17 horas até a Colômbia, onde presenciaria a posse do presidente eleito Ivan Duque e se encontraria com os presidentes da Argentina, Guatemala, Chile e Honduras.
A miragem é a chance de paz que brotou entre o Hamas e Israel graças ao enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU), Nikolay Mladenov, e do Egito.
Para começar, os israelenses suspendem as restrições na fronteira em Kerem Shalom, deixando entrar em Gaza as cargas de produtos comerciais. Em troca, os palestinos param com as pipas e os balões incendiários.
A segunda etapa, se mantido o cessar-fogo, será a devolução dos corpos de dois soldados israelenses mortos na guerra de 2014, trocados pela implementação de projetos humanitários com apoio financeiro da comunidade internacional.
O premiê Netanyahu afirmou que “a situação de paz ao sul” o obrigou a não viajar. Ao norte, porém, houve uma noitada de guerra. Um grupo armado do Estado Islâmico surgiu a 200 metros da fronteira nas colinas do Golã e foi atacado por um avião israelense.
Ao amanhecer, sete mortos foram contados. A Jordânia também atacou guerrilheiros do Estado Islâmico que fugiam ao cerco do exército sírio.
* O jornalista Moisés Rabinovici é comentarista da Rádio Nacional e apresentador do programa Um olhar sobre o Mundo, na TV Brasil