A empreiteira Queiroz Galvão, que possui ativos no Rio Grande do Sul, é o novo alvo da Polícia Federal, na 33ª fase da Operação Lava Jato, chamada de “Resta Um”, deflagrada nesta terça (2). Foram cumpridos mandados com a finalidade de obter provas adicionais de supostos crimes de organização criminosa, cartel, fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro, relacionados a contratos firmados pela Queiroz Galvão com a Petrobras.
Foram presos preventivamente o ex-diretor Othon Zanoide Moraes Filho e o ex-presidente Ildefonso Colares Filho. Os executivos já haviam sido detidos na sétima fase da Lava Jato, em novembro de 2014, mas foram soltos após decisão da Justiça. O mandado de prisão temporária é contra Marcos Pereira Reis, executivo da Quip.
O objetivo dessa fase é investigar contratos para obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e nas refinarias de Abreu e Lima (PE), do Vale do Paraíba (SP), Landulpho Alves (BA) e de Duque de Caxias (RJ). Segundo a PF, a construtora integrava o chamado “cartel de empreiteiras”, com pagamentos de propina sistemáticos a funcionários e diretores da Petrobras, assim como a partidos políticos.
No Rio Grande do Sul, 12 agentes da Polícia Federal cumpriram dois mandados de busca nos estaleiros em que a Queiroz Galvão é sócia em Rio Grande. Documentos e mídias que estavam em um malote foram encaminhados para Curitiba.
Pagamentos para atrapalhar CPI
A força-tarefa da Lava Jato também informou ter identificado indícios concretos de que executivos da construtora fizeram pagamentos em dinheiro para dificultar o andamento da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras no Senado, em 2009.
Em abril, o ex-senador Gim Argello foi preso na 28ª fase da Lava Jato. Ele era vice-presidente da CPI da Petrobras e foi acusado de receber pagamentos em dinheiro para evitar a convocação de executivos na comissão. Ele fechou acordo de delação premiada com a Justiça poucos dias após sua prisão.
Cerca de 150 policiais cumprem dois mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária, seis de condução coercitiva e 23 de busca e apreensão. As ordens judiciais são cumpridas em São Paulo, no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, em Goiás, Pernambuco e Minas Gerais.