
À frente do Banco Master, uma instituição que vem se posicionando com velocidade e ambição, Daniel Vorcaro está envolvido em negociações que prometem mudar a dinâmica de poder entre bancos grandes e conglomerados. O movimento mais recente, ainda envolto em confidencialidade, colocou seu nome no radar de todo o mercado — e não apenas pelo valor da operação, mas pelo que ela representa: um novo tipo de banqueiro, menos burocrático e disposto a romper com o “clube fechado” que sempre dominou o setor.
O empresário, que comanda o Banco Master, vem puxando uma série de movimentos que causam incômodo em círculos tradicionais do sistema financeiro. Primeiro, assumiu o controle do Banco Voiter, numa operação que muitos subestimaram. Depois, surpreendeu o mercado com a aquisição do Will Bank, uma fintech com milhões de clientes e posicionamento popular — um passo ousado para quem sempre atuou com discrição e foco em nichos específicos.
Agora, a jogada mais falada (e especulada): a possível venda do Banco Master para o BRB em negociação direta com o governo do Distrito Federal. A integração do BRB com o Banco Master não é só uma fusão — se concretizada, a operação muda o eixo do poder entre os bancos e coloca BRB e Master em um novo patamar.
A aquisição compreende 58% do capital total do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), controlado pelo Governo do Distrito Federal. Essa participação soma 49% das ações ordinárias (com direito a voto) e 100% das ações preferenciais, avaliando o Banco Master em aproximadamente R$ 3,5 bilhões.
O preço de aquisição foi estabelecido em 75% do patrimônio líquido consolidado do Banco Master, ajustado por eventuais baixas de ativos ou reconhecimentos no balanço. Em dezembro de 2024, o patrimônio líquido do Banco Master era de R$ 4,74 bilhões, indicando que 75% desse valor corresponde a cerca de R$ 3,5 bilhões.
Com essa transação, Daniel Vorcaro mantém 42% do capital do Banco Master e passa a integrar o conselho de administração do BRB, indicando uma cogestão entre as duas instituições. Essa parceria estratégica visa combinar o acesso a um funding mais barato e de longo prazo do BRB com a expertise do Banco Master em operações de crédito consignado e outras áreas.
E não para por aí. Fora do sistema bancário, mas com impacto direto na construção de imagem e poder, Vorcaro assumiu a SAF do Atlético Mineiro. Em um setor cada vez mais financeirizado, o controle de um dos maiores clubes do país não é apenas um capricho esportivo — é mais um sinal de que ele está jogando xadrez em múltiplos tabuleiros.
O que tudo isso revela? Que Daniel Vorcaro é mais do que o “dono do Banco Master”. É o banqueiro de uma estratégia de poder que conecta finanças, influência e ativos simbólicos. Para uns, é um outsider bem-sucedido. Para outros, um novo tipo de banqueiro — sem paciência para comitês intermináveis e com apetite por protagonismo.